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Crescida na periferia de Japeri, no Estado do Rio de Janeiro, uma jovem, de família bem humilde, aos 15 anos de idade, perderia, de um dia para o outro, sua mãe e absolutamente tudo que tinha. Todos os seus pertences, sua casa, seu irmão, sua vida, tudo, como em um passe de mágica, se desmaterializou. A partir deste dia, nasceria o medo de admitir a solidão, o que a levou a se esconder de si e de todos, alimentando diariamente um silêncio que se perpetuou por 28 anos. A menina negra, que conseguiu acolhimento em nova família, se descobriu homossexual a partir de um amor da juventude e, frente ao preconceito e à homofobia tão viris e caras a nossa sociedade, fez da introspecção e do silêncio seus maiores conjugues, como também combustível para a criação literária. Assim nasceu “Filho de Prostituta”, coletânea de 28 poemas escritos pela autora e cineasta carioca Sil Azevedo, um texto por ano, que ganha, após esse longo período de autocamuflagem, o formato de livro.
Ao se aceitar enquanto uma mulher homossexual, negra e de origem humilde, Sil Azevedo traz à tona a discussão elementar dos direitos sociais e individuais, e propõe, através da publicação de suas revelações mais íntimas, questionar os padrões que incitam o preconceito e a negação das diferenças. “Existe uma grande expectativa de que pessoas como eu voltem a se esconder da sociedade por medo de ser reprimido, e espero que esse livro faça com que as pessoas entendam que nada pode ser mais violento do que ter que se esconder do mundo, se condenar a uma solidão perpétua para continuar respirando, como se respirar fosse sinônimo de estar vivo”.
SIL AZEVEDO
A cineasta começou sua carreira como repórter fotográfico no jornal “Hora H” no Rio de Janeiro, até se mudar para Nova York onde cursou cinema na Academia de Cinema de Nova York (NYFA). Trabalhou por 6 anos com direção e produção de programas de foco político e questões sociais da comunidade, no canal de TV LMC.
Sua experiência como repórter fotográfico no Brasil, lhe motivou a sempre estabelecer uma conexão entre o seu trabalho a realidade social em que vivia, levando-a a ser premiada pela direção do documentário “Future Filmmaker” sobre o desafio do processo de adoção de 4 meninos detidos em uma presídio para menores infratores e pelo documentário “The Journey” que acompanhou toda a jornada de imigrantes ilegais contra as leis de imigração americana, de Nova York até a Casa Branca.
De volta ao Brasil, Sil Azevedo foi responsável pela montagem dos filme “O Veneno Está na Mesa II” de Silvio Tendler, premiado no Festival Internacional do Meio Ambiente (FICA) em 2015 e “A Arte do Renascimento” de Noilton Nunes, selecionado para o 46° Festival de Brasília em 2013, além de dirigir a fotografia do filme “Sigilo Eterno” de Noilton Nunes selecionado no Festival Internacional de Cinema Político da Argentina e no Festival Sócio-Ambiental de Nova Friburgo em 2017.
Ainda em 2017 foi triplamente premiada com seu curta metragem “Enquanto Canto”, nos festivais E.M.A no Espírito Santo, no Festival Cine Tamoio de São Gonçalo e no Festival Brasil Internacional de Cinema no Rio de Janeiro, e selecionado pelos festivais de cinema de Caruaru e Circuito Penedo de Cinema de Alagoas.
SERVIÇO
14/12, sexta-feira – Sil Azevedo lança o livro de poemas “Filho de Prostituta”
Local: Espaço Cultural Olho da Rua
Endereço: Rua Bambina, 6– Botafogo
Horário: 18h
Informações: 21 97986-3616