Foto: Pablo Henrique
Obra-prima do dramaturgo romeno Matëi Visniec, a comédia “O Espectador Condenado à Morte” entra em cena, a partir de 8 a 24 de fevereiro, (todas as sextas e sábados, 21h, e domingos, às 19h) no Teatro Maria Clara Machado. Além disso, o grupo vai realizar leituras dramatizadas de algumas obras de Matëi nos dias 14 e 21, também no Teatro Maria Clara Machado. A montagem é realizada pelo grupo Circo do Visniec.
A peça é uma comédia impetuosa de humor sarcástico, que ironiza o sistema judiciário e os julgamentos arbitrários da sociedade moderna. A história se passa dentro de uma sala de tribunal, que não leva em conta nenhuma inocência de um suposto acusado, atribuindo erros que fariam qualquer pessoa, por mais inocente que seja, se tornar um réu.
O inusitado reside em colocar em julgamento uma pessoa que faz parte do público: um espectador é condenado pelo tribunal de um novo gênero teatral, pois permanece imóvel em relação às propostas do diretor, dos atores e, em última análise, do autor. Juiz, procurador, defensor, escrivão, cada um tem o seu ponto de vista. E as testemunhas são os funcionários do teatro que são arrolados para dar o seu depoimento: o bilheteiro, a camareira, a garçonete do bar, o diretor, o escritor...
É teatro dentro do teatro. A famosa quarta parede teatral é irreversivelmente bombardeada: realidade e ficção se misturam. A escolha do local – a sala de um tribunal - incorpora todos os espectadores neste processo (de justiça ou de ensaio?) para que o público realmente se perceba como um membro de uma corte judicial. Mas quem está cena em cena: membros de um tribunal ou atores em ensaio? Aos poucos, cada vez mais solitários diante de si mesmos, o tribunal e as testemunhas passam da acusação à autocrítica: todo mundo é culpado quando a justiça não é o que deveria ser; quando a encenação não é o que parece ser.
SOBRE AS LEITURAS DRAMATIZADAS:
Primeira leitura: Cuidado com as velhinhas carentes e solitárias e O último Godot
Dia 14 de fevereiro às 20h
Direção de Gilberto Góes
Segunda leitura: A história do comunismo contada aos doentes mentais
Dia 21 de fevereiro às 20h
Direção de Gilberto Góes
FICHA TÉCNICA:
TEXTO – Matéi Visniec
TRADUÇÃO – Fábio Fonseca de Melo
DIREÇÃO – Adriana Maia
CENÁRIO / ADEREÇOS – Silas Pinto
ILUMINAÇÃO – Anderson Ratto
FIGURINO – Magdalena Maia Vianna
DIREÇÃO MUSICAL – Edvan Moraes
TRILHA SONORA – Adriana Maia e Gilberto Góes
DIRETOR ASSISTENTE – Gilberto Góes
CONSULTORIA CÊNICA – Xando Graça
COREOGRAFIA – Soraya Bastos
PREPARAÇÃO VOCAL – Rose Gonçalves
PROJETO GRÁFICO – Rita Ariani
PINTURA DE TECIDO – Rayane Damasceno
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO – Matheus de Cerqueira
REALIZAÇÃO – Circo do Visniec
ELENCO – Anna Bittencourt / Anna Luiza Marques / Bernardo Marques / Bia Ribeiro /
Bia Santana / Camila Sigiliano / Camila Swan / Lucas Nog / Luca Porto /
Lúcio Martinez / Mayara Turbino / Matheus de Cerqueira / Renan Mayer / Romário Saraiva / Victória Barreto
CURRÍCULO DE ADRIANA MAIA
Atriz, diretora e professora doutora de teatro. Foi uma das componentes do grupo teatral Além da Lua que em 1985 recebe o Prêmio Molière de Incentivo ao Teatro Infantil. Em 1986, já como diretora, seu espetáculo "Infância" é laureado com o Prêmio Mambembe de melhor espetáculo infanto-juvenil. Foi integrante do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo de Aderbal Freire Filho, do Núcleo de Teatro a Céu Aberto de Marcos Vogel e da Cia do Paraíso de Gillray Coutinho. Trabalhou como atriz em espetáculos dirigidos por Amir Haddad, Camila Amado e João Fonseca. Em 2004 funda o grupo Teatro das Possibilidades e desde então atua e dirige nos espetáculos produzidos pelo grupo. Seus últimos trabalhos de direção foram:
“A estranha viagem de Maria Cecília” laureado com a Menção Honrosa pelo trabalho desenvolvido de arte/educação dada pelos jurados do Premio Zilka Salaberry, em 2013, além do Prêmio de melhor iluminação para Anderson Ratto, e uma indicação ao Prêmio de melhor atriz para Stella Brajterman.
“Amorosa” também laureado com a Menção Honrosa em Teatro de Formas Animadas dentro do Prêmio Zilka Salaberry em 2014.
“Paparazzi” texto inédito de Mattei Visniec que realizou uma temporada de sucesso no CCBB do Rio de Janeiro em julho/agosto de 2015.
“Hamlet ou morte!” pesquisa a partir dos personagens cômicos da obra shakespeariana que ficou mais de 2 anos em cartaz no Rio de Janeiro e participou de diversos festivais de teatro no Brasil. 2014 / 2017
“Uma ciranda para mulheres rebeldes” biografia de revolucionárias soviéticas que estreou no Tempo Festival e depois cumpriu temporada no Teatro Maria Clara Machado. 2018
SERVIÇO:
Local: Teatro Maria Clara Machado ( Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea)
Datas: 8 de fevereiro a 24 de fevereiro
Horário do espetáculo: sexta e sábado às 21h e domingo às 19h
Horário das leituras dramatizadas: 20h
Valor do ingresso do espetáculo: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Horário de abertura da bilheteria: de quarta a domingo a partir das 14h