“O Mundo Cinza” é o seu segundo livro, mas é o primeiro livro que narra uma história. O autor decidiu fazer algo mais ousado para chamar a atenção de pessoas LGBT que, assim como ele, sofreram preconceitos e problemas, muitas vezes mascarado pela sociedade. Nesse novo capítulo de sua vida ele se desafia com a história do personagem Arthur.
O livro “O Mundo Cinza” já tem tomado rumos internacionais através das redes sociais, o escritor deu uma entrevista à Revista Divulga Escritor e fez uma parceria internacional com a revista Recanto da Lusofonia, em Portugal, que é um projeto realizado para unir alguns países.
Jander tem buscado parcerias para fazer divulgação do livro e através dele ajudar outras pessoas e seus familiares a entender a homossexualidade, pois muitas vezes, seus entes queridos são agredidos dentro de casa e/ou pela sociedade. Cada dia que passa tem mais jovens se matando e Jander convida as pessoas para lerem e entenderem a homossexualidade. Assim como mostrar que os políticos podem ter um olhar mais específico com relação aos LGBT, pois segundo pesquisas, os casos de crime de ódio no Brasil têm aumentado em todas as esferas e é preciso combater este preconceito, assim como tantos outros.
Confira abaixo a entrevista que Jader Oliver concedeu ao Em Neon:
Em Neon: Há quantos anos você escreve poesia?
Jander Oliver: Eu escrevo poesia há mais ou menos cinco anos
Em Neon: O que te motivou a participar do concurso nacional de novos poetas? O que te passou pela cabeça quando sagrou-se vencedor?
Jander Oliver: Na verdade não foi o que, mas quem. Foi uma amiga que resolveu me incentivar, me falou que eu teria sucesso se apostasse nesse campo e que eu poderia até ganhar o concurso, o que acabou acontecendo.
Quando vi que tinha ganhado o concurso eu não acreditei, pois eu achei que isso seria impossível.
Em Neon: O que o leitor vai encontrar em seu primeiro livro, o “Frases de uma vida”?
Jander Oliver: O leitor vai encontrar poesias que são reflexivas, que fazem o leitor pensar e refletir sobre sua vida e dos demais, dos mais próximos que estão ali na vivência do seu dia a dia. É um livro como se fosse de autoajuda, de superação
Em Neon: O que te levou a escrever “O Mundo Cinza”, seu segundo livro?
Jander Oliver: Eu resolvi escrever o mundo cinza depois de ouvir muitos relatos de amigos e de pessoas próximas a mim, que sofreram preconceito dentro da empresa, onde também já senti na pele o preconceito e vi o quanto era necessário trabalharmos essa questão através de um livro, explicando o lado humano da homossexualidade. “O Mundo Cinza” vem explicar sobre a vida de um ser humano que tem direitos perante a sociedade, de viver a sua vida com dignidade, o livro narra a história de sofrimento que muitos brasileiros passam, sentem na pele e até mesmo muitas vezes são levados à morte. Muitas vezes por pessoas próximas ou até mesmo se suicidam, pois não aguentam viver à base de torturas psicológicas. Isso tem acontecido no nosso país e tem aumentado cada dia mais o preconceito. O objetivo do livro é mostrar o lado humano do LGBT, que todos têm o direito de viver em um país que seja igualitário e que não haja distinção entre as pessoas, pois todos são seres humanos, crescemos em um país totalmente individualista e preconceituoso. Precisamos fazer um país que seja sem fronteiras e que todos possam viver felizes sem distinção.
Em Neon: O livro vem alçando grandes voos, inclusive internacionalmente, quais seus objetivos com esse livro?
Jander Oliver: Sim o livro ganhou voos internacionais onde já foi matéria de uma revista portuguesa, agora estamos estudando lançar o livro em Portugal e também irei dar uma entrevista a um site português.
Em Neon: Você é de Itatiba? Porque não há uma previsão de lançamento lá e sim em São Paulo?
Jander Oliver: Sim sou de Itatiba, o livro foi lançado recentemente nas redes sociais e ainda não parei para me programar para lançar na cidade, uma vez que irei lançar na cidade de São Paulo, pois amigos resolveram me ajudar a montar essa noite de autógrafos.
Em Neon: Quais são as suas intenções com o livro em relação a ajudar a comunidade LGBT?
Jander Oliver: Através deste livro, a minha intenção para com a comunidade LGBT, é conscientizar a sociedade brasileira a rever as questões do preconceito, onde o livro fala muito de sentimento e de família, pede-se que os pais observem seus filhos, ajude-os no momento que eles mais precisam e que jamais o abandonem por questões da uma sexualidade. É um livro que foi escrito para que todos olhem para o sentimento humano e não na questão sexual. Cada LGBT é um ser humano e tem direito a vida, tem direito a construir os seus bens materiais, construir uma vida sólida com seus parceiros e isso não é diferente de nenhum outro ser humano só por gostar de pessoas do mesmo sexo. Falo a todos que Deus deixou no primeiro mandamento escrito: “Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo”, então não cabe a mim ou qualquer ser humano julgar a questão da vida do outro e sim devo amá-lo e respeitá-lo como pessoa humana. A sociedade deve se colocar no lugar do outro e amar o próximo, é através do amor que conseguiremos combater a violência e o ódio entre as pessoas, que o país será de mais amor e menos ódio no coração.
Em Neon: Onde entra a política em relação a seu livro?
Jander Oliver: Quando falamos de políticas precisamos ver o exemplo de ser humano que vamos colocar em um cargo público, onde esse político tem que, antes de qualquer coisa, se colocar no lugar de uma população que sofre, onde irá governar para todos. É dever do político zelar pelo bem-estar de todos e dar aos eleitores os mesmos direitos plenos, que prevalecem na Constituição Brasileira.
Nós brasileiros podemos ver que não há políticas voltadas para a questão LGBT, cada dia mais vemos os crimes de ódio aumentando, como aqui no livro “O Mundo Cinza”, que relata o sofrimento de Artur, por não ter políticas públicas voltadas a essa questão. Isso é o que acontece no dia a dia de cada brasileiro LGBT. Parece que é coisa de outro mundo, mas é a realidade do nosso país, onde muitas pessoas vivem na pele o preconceito dentro do trabalho, dentro de casa e pelas ruas. Hoje o Brasil é um país que mais mata LGBT no mundo, cada dia que passa é um ser humano que morre. Os números têm aumentado 6%. De 2016 para 2017, nada foi feito em questões políticas públicas. Esse ano eu peço aos senhores candidatos, que olhem por essas pessoas, porque elas são seres humanos, também votam e pagam seus impostos em dia. Que o Brasil seja um país voltado para todos e não um país individualista. Que todos possam viver em uma sociedade de liberdades e de amor ao próximo.
Nesta próxima eleição, de outubro, que o povo brasileiro olhe um para o outro e vote pelo bem-estar de todos, que o nosso país seja feito dentro de uma diversidade, de amor e de paz entre os seres humanos. Você que é brasileiro, ao ler essa entrevista pense que nós não podemos fazer com que o ódio venha a aumentar ainda mais em nosso país e que todos juntos podemos construir um país melhor, sem derramamento de sangue e sem corrupção. Quando incitamos o ódio, nós fugimos do amor ao próximo como Deus pregou em seu primeiro. Falar em Deus nas políticas para ganhar o voto é fácil, mas viver o que Deus pregou jamais, antes de qualquer coisa, você leitor, pense e analise, busque colocar-se no lugar do outro. Todos nós temos o direito à vida e à liberdade, não podemos prender a liberdade do outro, pois assim jamais construiremos um país democrático, mas sim criaremos um país com mais ódio e mortes. Busque alguém que nos represente pelo que somos através da nossa igualdade e liberdade, que venha construir um país em que a sociedade não se desintegre e que seja uma democracia de igualdade.
Em Neon: O que Arthur, personagem do livro, e o autor têm a ver um com o outro?
Jander Oliver: O autor é uma pessoa que não tem muitos vínculos com Arthur, mas em uma questão do preconceito no trabalho, o autor também já o sentiu isso na pele, onde ouviu de uma pessoa preconceituosa que "o serviço que ele prestava era para homens e não para pessoas como ele". Essa frase marcou, mas através desta pedra fez uma ponte segura para um futuro de superação e de ajuda ao próximo. Por que para muitos é complexo pensar é preciso ter estabilidade interna para poder se entender.
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