Após temporada no Rio e em Curitiba, espetáculo “Águas de Mim”, que aborda questões existenciais, transtorno mental e suicídio, chega a São Paulo, até 27 de setembro, quintas-feiras, às 20h30, na Casa Aguinaldo Silva de Artes.
A peça teatral “Águas de Mim”, através de um olhar lúdico e poético, busca desmistificar a doença mental, reconhecendo no portador de tal transtorno um sujeito na totalidade de seu ser, imbuído de sentimentos, com direito a resguardar sua dignidade, sua liberdade, sua integridade física e moral, assegurando desta forma sua qualidade de vida.
Escrito e dirigido por Iris Gomes da Costa, formada em letras pela UFRJ, instrutora de prosódia na TV Globo, com várias peças no currículo, e interpretada pela atriz Camilla Carandino, “Águas de Mim”, um monólogo, estreou na Casa Aguinaldo Silva de Artes, em 16 de agosto e segue temporada até 27 de setembro, toda quinta-feira, às 20h30.
A montagem é fruto de uma inquietação da autora ao deparar-se com o tênue limite entre a sanidade e a insanidade mental e o procedimento nem sempre eficaz na abordagem desta questão. O espetáculo é uma possibilidade de levantar na sociedade o debate acerca do tratamento dado aos doentes mentais ao longo da história e repensar os critérios para classificar alguém como louco e a definição de normalidade.
Independentemente de diagnósticos estabelecidos pelo sistema, como classificar pessoas que sofrem mergulhadas no interior de sua subjetividade, sem conseguir estabelecer contato com a objetividade da realidade externa? Elas precisam realmente ficar condenadas à exclusão e ao isolamento? É obvio que a doença mental requer tratamento, mas um tratamento feito de forma humanizada. Será que o doente mental ainda é olhado com os mesmos olhos embaçados pelos conceitos e pré-conceitos elaborados nos primeiros hospitais psiquiátricos, que foram construídos não para oferecer tratamento ao doente mental, mas para afastá-lo da sociedade, sob o argumento de que ele poderia oferecer riscos aos demais? Isolar o “louco” para o “bem de todos”?!?! Os tempos mudaram e os movimentos pela reforma psiquiátrica vêm questionando o modelo dos hospitais e dos tratamentos e tentam inserir o doente mental na sociedade. Porém, uma doença muito mais grave continua bloqueando o processo: a desinformação. O assunto “loucura” ainda é considerado tabu e dificilmente é discutido abertamente. É delicado falar sobre transtornos mentais...
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 90% dos casos de suicídio estão associados a algum tipo de transtorno mental. “O estigma, particularmente em torno de transtornos mentais e suicídio, faz com que muitas pessoas que estão pensando em tirar suas próprias vidas ou que já tentaram suicídio não procurem ajuda e, por isso, não recebam o auxílio que necessitam”OPAS/OMS. Ao apresentar o conflito da personagem, a peça quer alertar para o fato de que o transtorno mental deve ser tratado com o mesmo respeito dado a qualquer outra patologia, sem conotações e estigmas que levem ao medo, ao preconceito e consequentemente à exclusão social da pessoa que vive esse drama.
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Sinopse
Drama e poesia.
Mulher com distúrbios mentais vive em conflito por não conseguir definir a verdadeira identidade do seu ser. Incompreendida, expressa sua dor através de um discurso poético-filosófico que desenha uma linha de lucidez em sua loucura. Mergulhando nas águas mais profundas de sua alma, tecendo reflexões que nos levam a questionar o limite entre sanidade e insanidade, a personagem de Águas de Mim nos proporciona uma oportunidade de olharmos para a questão da saúde mental e refletirmos sobre o tratamento que é dado às pessoas que vivem o transtorno dessa realidade: normalmente vítimas de um processo de marginalização que as relega à exclusão e ao isolamento, são estigmatizadas como um problema perigoso para a tranquilidade social. A mulher que nos é apresentada nesta peça com o seu eu transtornado e sua identidade distorcida, ao decidir não aceitar o tratamento que lhe querem impor está, na verdade, tentando fazer respeitar seus direitos de cidadã para resgatar a sua dignidade.
Serviço
Águas de Mim
Texto e Direção – Iris Gomes da Costa
Elenco – Camilla Carandino
Temporada – de 16 de agosto a 27 de setembro, todas as quintas-feiras, às 20:30
Classificação etária: 16 anos
Duração: 45 minutos
Gênero: Drama
Preços: Inteira - R$ 40,00 / Meia - R$ 20,00
Formas de Pagamento: Dinheiro / Cartões de débito – Visa Electron e Redeshop. Não aceita cheques
Pela Internet: www.ingressorapido.com.br
Informações: 11. 3213.8754 / www.aguinaldosilva.com.br
Local: Casa Aguinaldo Silva de Artes - 100 lugares
Endereço – Rua Major Sertório, 476- São Paulo, SP
Telefones – 11- 3213-8754
Ficha Técnica
Texto – Iris Gomes Da Costa
Direção – Iris Gomes Da Costa
Elenco – Camilla Carandino
Direção de Arte e Figurino – Ronald Teixeira
Lighting Designer- Luciano Xavier
Assistência - Lighting Designer- Rodrigo Emanuel
Programação Visual – Mariana Dias
Fotos – Leonardo Coutinho (Cartaz - Foto com Gaiola) Humberto Araújo (Demais Fotos)
Operador De Luz E Som – Ronny Vieira
Produção: Carandino Produções Artisticas e Ave Maria Produções Artisticas LTDA
Iris Gomes da Costa, formada em letras pela UFRJ, é autora, diretora teatral, preparadora de elenco na TV e no Cinema, instrutora de prosódia na TV Globo, tendo atuado no teatro com os seguintes espetáculos:
· Maria brasileira-Autoria e direção do espetáculo encenado pelas comemorações oficiais dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida– com Camilla Carandino, José Lima, Cris Vianna e Jackson Antunes. Basílica de Nossa Senhora Aparecida -2017
· Memória de embornal– Autoria do monólogo interpretado pelo o ator Jackson Antunes - 1997 a 2011
· A teus pés – Adaptação dos poemas de Ana Cristina César, em parceria com Mercia Neri -Monólogo interpretado pela atriz Araci Cardoso- 1996
· A beata Maria do Egito – Direção da peça de Rachel de Queiroz, com Humberto Martins, Leila Lopes, Camilo Bevilacqua e Castro Gonzaga-1997
· O santo e a porca– Adaptação e direção da peça de Ariano Suassuna, interpretada pela Cia. de interpretação brasileira- 1992
Sobre a Atriz e Produtora
Camilla Carandino é atriz e produtora cultural, responsável pela produção do espetáculo “Águas de mim” na temporada carioca no Teatro Gláucio Gil em 2017, bem como nas apresentações do espetáculo no Festival de Curitiba de 2018. Principais trabalhos como atriz:
TELEVISÃO
· Novela “Além do Tempo” TV Globo2015-2016. TVGlobo: Personagem : Solange
· Novela "Malhação" 2013-2014 TV Globo - Personagem: Gislaine
· Novela “Flor do Caribe” 2013- TV Globo – Personagem: Teresa
· Seriado “Gente Lesa” Temporada 2009 - GNT,Personagem: Catia
TEATRO
· Maria Brasileira - Texto e direção Iris Gomes Costa, espetáculo encenado pelas comemorações oficiais dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida– com Camilla Carandino, José Dias, Cris Vianna e Jackson Antunes. Basílica de Nossa Senhora Aparecida - 2017
· Garagem - Texto e direção Gustavo Paso. Temporada 2015 Teatro Galpão do Folias São Paulo- SP
· 4x4- concepção Gustavo Paso, direção Henrique Tavares . 2014 Teatro Glaucio Gil. Rio de Janeiro- RJ
· A Vida como ela é – Temporada 2012. Nelson Rodrigues, direção Brunno Rodrigues. Personagens: Ismênia, Ieda
· Montagem da peça adolescente - Luluzinhas Club 1994/1996 Companhia Arquétipos do Teatro/ Volta Redonda
CINEMA
· Longa metragem- Ninguém entra ninguém sai- 2017 Personagem: Renata. Caribe produções eGlobo filmes
· Curta metragem “No Pais das Maravilhas” 2013 - Personagem : Celina Direção; Jorge Monclar. Com Fiorella Mattheis
· Curta metragem “ A Cantanda”2012- Personagem: Flora. Direção Jorge Monclar. Com André Gonçalves
· Clipe Musical “La vecchia novitá”2012 - Banda Unscaras Personagem principal do 1º clipe em 3D produzido no Brasil