Organizado pela ONG APOGLBT SP, a Parada ainda é o maior evento de visibilidade LGBT do mundo,e neste ano tem como tema Eleições, onde busca conscientizar mais nossa população LGBTI+ da importância do voto em candidatas e candidatos comprometidos com as pautas LGBTs.
Fotos: ParadaLGBTSP- APOGLBTSP
A 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo acontece domingo, 3 de Junho, com concentração a partir das 10h em frente ao MASP, na Avenida Paulista, a madrinha é Fernanda Lima e a apresentadora oficial é a Drag QueenTchaka.
O movimento é organizado pela ONG APOGLBT SP (Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo).
Para esta edição, o tema é Eleições e o slogan “Poder para LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz”. Este tema foi discutido em várias reuniões ao longo do ano e desenvolvido de comum acordo pela ONG APOGLBTSP em parceria com coletivos, outras ONGs LGBTs e militantes independentes, dentro das diversas questões discutidas, o fundamentalismo religioso na política, ganhou grande importância nas discussões dos retrocessos morais sobre os assuntos ligados à diversidade.
Sobre o tema Eleições, Claudia Regina, presidente da ONG APOGLBT SP, diz que “Falar sobre eleições em ano eleitoral durante a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo é uma forma valiosa de comunicar a toda população LGBT, sobre a importância de escolher bem suas candidatas e candidatos. Pela nossa luta, já conseguimos alguns direitos, faltam muitos, mas não podemos perder o que já conseguimos simplesmente por ignorância política. LGBTs de todo o Brasil precisam estar atentos às Eleições de 2018. Juntos, todas e todos podemos promover um mundo mais tolerante, com respeito e menos LGBTfobia.”
Dentro deste movimento, promovendo o respeito às diferenças, a 22ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo conta com dois grandes patrocinadores em 2018: Skol e Uber, co-patrocínio da Burger King e apoio pelo segundo ano consecutivo de Doritos Rainbow, entre outros apoiadores.
“Temos muita honra em apoiar a Parada do Orgulho LGBT pelo terceiro ano seguido. Acreditamos que, como uma grande marca, nosso papel na sociedade também é de incentivar cada vez mais pessoas, consumidores ou não, a se aliarem e terem empatia pela causa”, diz Daniel Feitoza, gerente de marketing de SKOL. “A renovação da nossa parceria com a Parada consolida o caminho que decidimos trilhar nos últimos anos, o caminho do respeito por todas e todos”, completou.
“O respeito e o apoio à diversidade estão no DNA da Uber. Globalmente, 30 por cento da nossa força de trabalho está voluntariamente engajada em projetos para tornar a empresa mais diversa e inclusiva. Apoiar a Parada do Orgulho LGBTQ+ de São Paulo e as outras 14 que acontecerão no país, entre junho e novembro, é representar esse engajamento e juntar nossa voz à dos que pedem respeito, inclusão e representatividade", disse Ana Pellegrini, Diretora Jurídica da Uber Brasil e Cone Sul e Líder de Diversidade para a América Latina.
“Essa parceria representa para nós estar junto na luta pela diversidade, o que é a cara do Burger King. Todos sabem que nossas portas estão abertas para todos e queremos que nossos consumidores se sintam sempre à vontade em nossos restaurantes, com a liberdade de ser quem são”, explica Ariel Grunkraut, diretor de Marketing do Burger King.
DORITOS® Rainbow, em seu segundo ano no Brasil, patrocina novamente a Parada do Orgulho LGBT. Desta vez, a campanha “Amplie seu mundo, escute a Voz de Rainbow” convida o público a ampliar seus pontos de vista por meio de um vídeo com o ativista do movimento João Silvério Trevisan, a judoca Rafaela Silva, o idealizador da CASA 1 Iran Giusti a drag queen e apresentadora de TV Ikaro Kadoshi, o dono do canal Muro Pequeno, Murilo Araújo e a cantora Liniker. A marca irá reverter 100% das vendas do produto para cinco instituições ligadas ao Movimento LGBT+ – quatro que serão indicadas pelos consumidores no seu site oficial e eleitas por meio de um edital, mais a CASA 1, que já foi parceira de DORITOS® na campanha do ano passado.
Justificativa do tema de 2018
“Somos milhões de filhos e filhas, pais, parentes e amigos. Ocupamos todos os cantos do Brasil e contribuímos para todas as áreas do conhecimento. Trabalhamos em todas as indústrias e segmentos econômicos como assalariados e autônomos, em profissões formais e informais. Estamos presentes nas empresas públicas e privadas, na cidade e no campo, no asfalto e nas favelas, nos bairros abastados e nas periferias, assim como na propaganda, nas artes, nos filmes e nas novelas.
Representamos cerca de 10% dos mais de 207 milhões de brasileiros e brasileiras. Temos orgulho de sermos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Travestis, Transgêneros e Intersexos (LGBTI+).
Mas, apesar de tudo isso, ainda não nos enxergamos no espelho da política. No Congresso Nacional, dos 581 parlamentares, temos apenas um deputado assumidamente homossexual que defende as cores da nossa bandeira. Infelizmente, ainda são poucos os políticos heterossexuais e cisgêneros aliados que abraçam a pauta LGBTI+, por mais direitos humanos e cidadania, em seus discursos e plataformas políticas. É triste reconhecer que a sub-representatividade de políticos LGBTI e aliados, comprometidos com nossas pautas, repete-se em outras casas legislativas do país.
O fato é que a nossa luta, mesmo tendo conseguido tantos avanços na sociedade civil, sofre constantes reveses e ameaças das bancadas conservadoras. É como se a cada passo pra frente, fôssemos empurrados dois passos pra trás. Temos um Congresso que é tido como o mais conservador desde 1964, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Precisamos mudar essa situação, e urgente!
Sim, nós podemos. Pois temos o poder nas nossas mãos; o nosso voto. Neste ano, ele será nossa voz, nossa arma e nosso trunfo. Precisamos nos empoderar das urnas e dos nossos direitos conquistados para elegermos presidente, governadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores que nos enxerguem como cidadãs e cidadãos e nos representem, sejam eles e elas LGBTI+ ou não. Pois estamos vivendo um momento em que é imprescindível nos colocarmos contra um discurso cheio de preconceitos e ódio, utilizado por políticos mal intencionados.
Eles usam a velha retórica de proteção dos valores da família, da moral e dos bons costumes, como se nós fôssemos contra a família ou religião. Tudo isso para cassar nossos poucos direitos conquistados e impedir avanços para uma sociedade mais justa e igualitária. A arma deles é um discurso religioso distorcido para manipular a população. Somos usados como cortina de fumaça e apontados como inimigos do “cidadão de bem” para desviar o foco de suas práticas escusas e corruptas, garantindo seus enriquecimentos ilícitos e a perpetuação no poder.
É assim que estão fazendo com a tentativa de legalizar terapias de “cura gay”, com a tramitação de um “estatuto da família” que desconsidera os nossos modelos familiares, com um projeto de lei chamado “escola sem partido” que, se aprovado, vai proibir a discussão sobre gênero e sexualidade nas escolas, entre muitas outras frentes de ataque à nossa comunidade. A falta de representatividade com compromisso, ética e responsabilidade social faz com que a corrupção se instale, direitos sejam cassados, lutas por mais cidadania sejam sufocadas e crimes de ódio contra LGBTI continuem impunes.
É com essa justificativa e compromisso que a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT) escolheu, com outros coletivos, ONGs e militantes, o tema Eleições para a 22ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que trará o slogan “Poder pra LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz”. Queremos que nessas, e nas próximas eleições, nossas vozes sejam ouvidas nas urnas e fora delas, e que nossos votos nos representem de fato.
Entendemos que a luta por mais direitos humanos e cidadania extrapola nossa sigla. Por isso, convidamos todas as pessoas da sociedade, eleitores e políticos, ao diálogo sobre direitos LGBTI e convocamos a nossa comunidade a empoderar-se do seu voto, do seu poder de escolha, das suas conquistas, de lutar por elas e por outras que precisamos. Sabemos que as mulheres ocupam apenas 10% das cadeiras da Câmara dos Deputados, mesmo sendo elas mais da metade da população. Se, no Brasil, 55% da população é formada por negros, apenas 20% dos deputados federais são. É hora de nos juntarmos a outros grupos minorizados e minoritários e elegermos a nós mesmos e às pessoas aliadas.
Mulheres cisgêneras, transsexuais e transgêneras, lésbicas, gays, negras e negros, bissexuais, travestis, homens trans e pessoas com deficiência, também podem fazer política. Mas pedimos que seja de forma justa, humana, igualitária e comprometida com nossa bandeira.
Poder
Poder é um conceito que também remete a coisas que lutamos contra, como hierarquias, desigualdades e abusos. Não é esse o poder que queremos. Mas o fato é que precisamos ocupar os espaços que produzem as desigualdades para transformá-los por dentro. Nosso empoderamento como indivíduos também passa por essa questão. Negar essa necessidade é fechar os olhos para a realidade.
PODER PRA LGBTI+ é um projeto de construção de um novo poder mais humano, inclusivo, justo e representativo de todas e todos os cidadãos, independentemente de gênero, orientação sexual, raça, classe, lugar de origem, mobilidade entre tantos outros recortes.”
Programação da 22ª Parada do Orgulho LGBT
A 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT terá sua concentração às 10 horas e início da marcha às 12h com saída do primeiro trio. O trajeto dos trios será entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação. O último trio chega à Rua da Consolação às 18 horas.
Heitor Werneck, produtor artístico, informa que a Parada de 2018 será mais inclusiva: terá balé com cadeirantes, pessoas com deficiência e mobilidade reduzida e intérpretes de libras. Ao final da Parada, no Vale do Anhangabaú, acontecerá a partir das 19 horas o show de encerramento com Banana Split, Fíakra e Jade Baraldo, além de diversos outros artistas.
Por enquanto, as atrações principais são Pabllo Vittar, Preta Gil, Mulher Pepita, Lia Clark e April Carrion nos trios da Uber.
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Ordem dos Trios
01 . Abertura – ONG APOGLBT SP
02 . Famílias LGBT/ Mães pela Diversidade – ONG APOGLBT SP
03 . Coordenação de Políticas para LGBT –Prefeitura SP
04 . AHF/Secretarias Saúde
05 . Casa Florescer – Prefeitura SP
06. Centro de Cidadania LGBTI – Prefeitura SP
07 . Identidade TransTTs – ONG APOGLBT SP
08 .Transcidadania – Prefeitura SP
09 . Juventude LGBT – ONG APOGLBT SP
10 . Lésbica &Bi - ONG APOGLBT SP
11 . SMDHC – Prefeitura SP
12 . Gays&BI – ONG APOGLBT-SP
13 . Museu da Diversidade – ONG APOGLBT-SP
14 . Trio SKOL
15 . Artistas da Noite – ONG APOGLBT-SP
16 . Trio UBER I
17 . Trio UBER II
18 . Trio da Paz/Encerramento –ONG APOGLBT-SP
Bloqueio da Av. Paulista
A Av. Paulista estará bloqueada para carros a partir das 8 horas do dia 3 de Junho. A liberação da Avenida Paulista acontecerá após a limpeza da via urbana no domingo. A Rua da Consolação ficará bloqueada para carros entre 12h e 19 horas.
Serviço
22ª Edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
– Tema: Eleições. Slogan “Poder para LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz”
– Horário: das 10h às 18h
– Concentração: Em frente ao Masp, na Avenida Paulista – São Paulo/SP
- Realização: APOGLBT SP
- Patrocínio Master: Uber e Skol
- Co-Patrocínio: Burger King
- Apoio: Doritos, Casa Ponte Sky Vodka, Microsoft, IntraGel e Rede AccorHotels
- Apoio Institucional: Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura de São Paulo
- Evento no Facebook: http://paradasp.org.br/parada2018
– Agenda completa aqui http://paradasp.org.br/agenda