segunda-feira, 29 de maio de 2017
Resenha: Assistimos 'Laerte-se', desvendando a cartunista Laerte e suas reflexões sobre o universo feminino
Em Neon:
segunda-feira, 29 de maio de 2017
Quando pensamos em Laerte, logo lembramos de suas incríveis obras artísticas, mas poucos de nós conseguimos acompanhar e desvendar, de fato, suas mudanças íntimas. Mutante como sua obra, Laerte desperta para uma nova vida, em que o gênero transcende a genitália.
O documentário “Laerte-se” tenta explicar o que talvez nem seja explicável, apenas vivenciado. Muito bem costurado com imagens de infância e tirinhas de Laerte, o documentário atinge em cheio o coração do expectador, mostrando um ser humano muito mais frágil e muito mais forte do que possamos supor.
“Laerte-se” mostra a mulher transgênero em sua vida simples, na intimidade de seu lar, cercada de memórias e sentimentos profundos, desmistificando o mito dos quadrinhos. Muitas das cenas em meio a caixas que há muito não são abertas e gavetas há muito não reviradas, assim como a própria Laerte. Como ela mesma afirma, “tenho medo de que as pessoas descubram que sou uma fraude”, coisa que, garantidamente, não é.
“Laerte-se” traz à tona o lado sensível de uma transformação externa e interna, aonde o sexo é um mero coadjuvante. Mostra, com muita humanidade, que, tornar-se mulher e vivenciar o universo feminino, não é tarefa fácil, não é algo impulsionado por “com quem se quer transar”, ou com o que pode-se ver no espelho. Enquanto Laerte questiona sobre implantar ,ou não, seios, estuda o que “eu quero, o que eu posso, o que eu preciso e se eu devo”.
Tocante, verdadeiro, intenso como Laerte, o documentário que é o primeiro produzido pela Netflix no Brasil, destrói qualquer argumento preconceituoso em relação a todas as mulheres e homens transgênero. Liberta e vem para quebrar barreiras, esclarecer e acalentar almas. Não fala e não mostra apenas Laerte, mas sim, a realidade de muitas pessoas, até então jamais vista.
“Laerte-se” é um marco na história dos trangêneros Brasileiros, indicado para ser assistido por quem vive neste meio, mas principalmente para quem nada sabe sobre o significado da mudança de gênero. Em uma escala de zero a 5, damos 5 estrelas douradas para esta belíssima obra prima. Assista, espalhe pelo mundo, “Laerte-se”! Aplausos para Laerte, aplausos para a Netflix!
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Por: Maurício Code - CLIQUE AQUI e leia mais artigos de Maurício Code.
Maurício Code é designer gráfico, atuante no mercado desde 1995, DJ produtor, criador do selo Code Art Design (www.codeartdesign.com.br) e promoter de eventos na noite carioca através da pop4fun. Em seu curriculum destacam trabalhos para artistas nacionais e internacionais, remixes disponibilizados gratuitamente na internet além de trabalhos como visagista para cinema e televisão.