quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Estreia: 'Proibido Amar', através da diversidade sexual, retrata situação de vítimas de epidemia postos em quarentena
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quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Espetáculo acompanha trajetória de homens colocados em quarentena após contração de vírus que dizimou parte da população. Preconceito e repressão são temas abordados no texto de Rafael Salmona inédito em SP.
Após a bem sucedida temporada na capital federal chega aos palcos da capital paulistana a peça “Proibido Amar”, com texto e direção de Rafael Salmona. Com estreia na noite do dia 10 de agosto, às 21 horas, no Teatro Augusta – Sala Paulo Goulart, a montagem reflete sobre uma temática bastante contemporânea: a diversidade sexual. Em cena os atores Paulo Tardivo, Paulo Victor Gandra e Ferruccio Cornacchia vivenciam Ares, Eros e Apolo, personagens que levam a reflexão do público a convivência em sociedade, independente, de gêneros e orientações sexuais.
De acordo com Rafael Salmona, o grande desafio do espetáculo, constituído por 10 cenas ágeis e cronológicas, é fazer com que os personagens que a conduzem e os elementos cênicos construam um ambiente repressor e claustrofóbico. “As cenas são muito viscerais e o público se torna parte deste local”, pontua Salmona.
“Nossa proposta não é levantar ou assumir qualquer tipo de bandeira. Trago com ideia a reflexão sobre o tema da diversidade para o público com ênfase no preconceito e na repressão observados nos dias atuais. Todos necessitam refletir sobre essa temática que faz parte do cotidiano. O amor existe e independente de orientações sexuais”, completa.
Enredo
Após um vírus contaminar 33% da população humana, o Estado, que exerce grande poder sobre a sociedade, opta por separar todas as vítimas e pessoas em zona de risco em quarentena. Segundo os organizadores, os segregados passariam por uma bateria de exames para saber se estão ou não aptos para viver em sociedade.
O vírus que se alastra rapidamente pela sociedade, transmitido pelo toque e por relações sexuais, as punições e as acusações previstas para seus portadores direcionam a temática da peça para a discussão sobre o preconceito contra homossexuais e a desinformação. Ares, Eros e Apolo são vítimas da situação e levam ao público a importante reflexão de como viver sob repressão e preconceito.
Sobre os personagens
Ares (Paulo Victor Gandra) – Explosivo e enlouquecido, é aquele que está a todo tempo tentando descobrir os limites das pessoas que estão a sua volta.
Eros (Paulo Tardivo) – O mais frágil dos personagens. Trata-se do ovelha negra da família, pois é filho de um dos maiores chefes do Estado. Apaixona-se por Apolo e, apesar da fragilidade, demonstra ser o mais racional dos personagens.
Apolo (Ferruccio Cornachia) – Cheio de si, quer mostrar que é forte, mas se revela uma grande vítima da situação instaurada. Sua história carrega a pena de ter visto seu grande amor ter sido carregado pelo Estado.
Sobre o diretor e elenco
Rafael Samona, autor e diretor
É ator, autor, diretor formado pelo centro de artes dramáticas Nu Espaço (Rio de Janeiro). Com experiência em produção cultural, em Brasília fundou a Cia. de Teatro Dois Tempos, onde permaneceu a frente durante quatro anos e a produtora Desvio Produções Culturais, onde chegou a produzir mais de 15 trabalhos entre elas as montagens nacionais dos espetáculos "Canastrões" com Gracindo Jr., e "Homens, Santos e Desertores", com Ricardo Blat. No mesmo período dirigiu o espetáculo "Carinho" adaptação da obra do autor catalão Sergi Belbel. Posteriormente, escreveu e dirigiu o espetáculo "Proibido Amar". Recebeu o convite de dirigir em 2015, na cidade do Rio de Janeiro, o espetáculo "Música para cortar os pulsos", texto premiado do autor paulista Rafael Gomes. Fez seu retorno aos palcos como ator, neste ano, no espetáculo Janus, direção de José de Campos.
Paulo Tardivo, ator
Formado pelo INDAC em São Paulo fez sua estreia no teatro em 2014 com a peça "Chá das 5", com direção de Eduardo Martini e texto de Regianna Antonini. A comédia "Abandonados por Você" foi o segundo trabalho, dirigida por Tiago Pessoa, André Di Paulo e texto de Pablo Diego. No final do ano passado, retornou ao palco com a montagem do texto inédito no Brasil de Mark Harvey Levine, "Roteirizados, Nossa Vida por Escrito". Atualmente, prepara-se para a montagem do infantil "Aladdin" com estreia agendada para agosto, juntamente com o drama "Proibido Amar".
Paulo Victor Gandra, ator
Graduado em Artes Cênicas (Bacharelado), pela Universidade de Brasília) é ator, bailarino e performer, além de pesquisador em teatro contemporâneo. Atua profissionalmente na área desde 2010. Integrou o elenco de espetáculos, entre eles "Amassai!" (Cia Contem Glutem- DF), "MObamba" (Cia. Marcia Duarte- DF), "Virilhas" (Alexandre Ribondi-DF), "Clandestino" (espetáculo de Dança contemporânea da Cia. Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira-SP). Em sua trajetória integrou a Universidade Antropófaga (Teatro Oficina- 2015), possui experiência formativa com Ana Kfouri, Maurice Durozier (Theatre du Soleil), Cia Hiato, Augusto Omolú (Odin theatret) Nara Sarake (AP 43).
Ferruccio Cornacchia
Estudante de Artes Cênicas pela Escola Macunaíma desde 2014. Durante o curso participou das montagens “Uma Peça por Outra”, de Jean Tardieu e “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues ambos em 2015. Atualmente está em cartaz com a peça “Pra Inglês Ver”, no Teatro Folha.
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Ficha Técnica
Texto e direção: Rafael Salmona
Elenco: Ferruccio Cornacchia, Paulo Tardivo e Paulo Victor Gandra
Assistente de Direção: Bianca Almeida
Produção Executiva: Isabel Pessoa
Produção: Paulo Tardivo e Rafael Salmona
Figurino: Raphael Hubner
Iluminação:Douglas Borges
Fotografia: Maya Morikawa
Assessoria de Imprensa: Davi Brandão
Serviço
Proibido Amar
Quando: Estreia dia 10 de agosto. Em cartaz até 1º de setembro. Quartas e quintas, às 21h.
Local: Teatro Augusta (R. Augusta, 942 – Cerqueira César)
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia*).
Duração: 60 minutos.
Classificação: 16 anos
* pagam meia entrada: estudantes; professores da rede pública de ensino; menores de 21 anos; pessoas maiores de 65 anos.
Fotos: Maya Morikawa
A Redação