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quarta-feira, 22 de junho de 2016

Doutor Neon: Homens gays e a fidelidade!

Em Neon: quarta-feira, 22 de junho de 2016



Hoje vou sair um pouco da minha área, a urologia, para tocar num assunto que volta e meia aparece nas consultas em minha clínica: a fidelidade do casal de homens gays. Não vou abordar o assunto baseado em estudos de psicologia e nem de comportamento humano. Vou falar do assunto baseado no que escuto e usando um pouco do conhecimento que adquiri com leituras do cotidiano. Espero que no final você se satisfaça com o que vou colocar.

É um fato: muitos homens gays desejam uma união do tipo "unidos para sempre, na saúde e na doença", com fidelidade, amando e respeitando. Eu já fui padrinho de um casamento entre homens e a Juíza pronunciou as mesmas palavras e expressões de um casamento entre pessoas de sexo diferente. Afinal de contas, é a lei. E se pessoas do mesmo sexo no Brasil já podem se casar, devem seguir as mesmas leis de fidelidade. No Brasil é crime ser infiel (incisos I e V do art. 1566 do novo Código Civil).

Mas e no dia a dia, o que acontece? Bem, não será novidade para ninguém saber que muitos "pulam a cerca", e aí, vão passar em consulta ou porque adquiriram, por descuido, alguma doença sexualmente transmissível ou porque querem tomar todo o cuidado para não contaminar o companheiro, mesmo acreditando que tenha praticado sexo seguro com esse novo parceiro. Por isso tenho batido tanto na mesma tecla e alertado para os riscos do sexo grupal, do sexo oral desprotegido e cuidados que devem ser tomados com exames de rotina.

Mas há casais que conseguem uma união bem longa de 20, 30, 40 anos. Conheço-os pessoalmente, quer porque sejam amigos ou porque são pacientes. Em alguns casos, as duas situações. E para eles faço sempre a mesma pergunta: "qual a fórmula para esse casamento eterno?" E deles escuto: nós nos permitimos de tudo: sexo grupal, mudança de parceiros, puladas de cerca, viagens desacompanhadas. Chega uma hora que isso cansa e nos voltamos um para o outro.

Isso me leva a algumas considerações. Uma delas bem realista: envelheceram e como dizem por aí, estão fora do mercado. Hoje homens com 35 anos já se dizem "fora do mercado". Imagina então os de 40, 50, 60 anos. Outra é porque acaba a novidade. O novo repetido, vai ficando igual. Aliás, acho que esse é um dos grandes motivos para a quebra da fidelidade. A necessidade do novo. Chega um momento do relacionamento de um casal, que acaba a novidade das posições, dos tipos de orgasmo preferido, dos momentos mais oportunos e inoportunos para um ato sexual. E o homem precisa da novidade para se sentir motivado e estimulado.

Há também uma explicação científica, que é a presença do hormônio testosterona que mantém a libido sempre em alta. E o bonito chama atenção, então o homem olha para aquilo que considera belo. E de repente, está sendo infiel. Ou quase. Como corre aí pela internet, "fidelidade não é nunca sentir atração. Fidelidade é sentir atração e não ir em frente porque sabe que tem um compromisso a zelar". E aí aparecem os conceitos, sejam religiosos ou jurídicos, dizendo que o homem deve ser monogâmico. Imagina se a homossexualidade fosse reconhecida e respeitada universalmente? Quantos parceiros, onde a poligamia é permitida, teria um homem gay?

Enfim, é para refletir. O que não pode é exigir do outro, aquilo que você não pratica. Acho que evidências criam teorias e para mim está claro que havendo acordo, a relação vai longe. Hoje sei que para estar dentro de uma relação monogâmica entre homens gays, é indispensável muita criatividade para que ela seja duradoura, investindo na quebra da rotina. Se não quer mudar de parceiro, mude de lugar, faça viagens a lugares novos, experimente cantos diferentes e alimente o relacionamento com novidades. Alimente sempre o carinho, todo mundo gosta de receber. E fazer carinho também é muito bom!

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Fotos: ArrowStudio / Angela Jimenez / Reprodução

Por: Dr. Cid Zauli - CLIQUE AQUI e leia mais artigos desse colunista

Dr. Cid da Fonseca Zauli, nasceu em Niterói RJ), formado em Medicina pela Unversidade Federal Fluminense. Fez residência médica na especialidade de Urologia na cidade de São Paulo e especialização no Centro Médico Porte de Choisy, Paris- França. É especialista em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, faz parte das sociedades Americana e Européia de Urologia. Atua como urologista há 29 anos. Hoje mora em São Paulo/SP e é diretor da Cid Zauli Clínica Urológica Ltda (www.clinicacz.com). Atua nos hospitais Nove de Julho, Albert Einstein, Oswaldo Cruz e São Luiz. E esclarece dúvidas nos Blogs Uroblogay e Urologia Cid Zauli.
 
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