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sexta-feira, 5 de junho de 2015

EXCLUSIVO: Em protesto, a transexual Viviany Beleboni virá crucificada em Trio Elétrico na Parada LGBT de São Paulo

Em Neon: sexta-feira, 5 de junho de 2015


Doa a quem doer a montagem que ilustra essa matéria está prestes a se tornar realidade, com o protesto da atriz  e modelo Viviany Beleboni (que reclama por não ter papeis na TV e não consegue trabalho por ser Transexual) na Parada LGBT de São Paulo, que acontece no próximo domingo, 07/06. Promete polêmica.

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Ela nos informou que virá em cima de um trio elétrico toda flagelada, sangrando, com hematomas e será colocada em uma cruz no alto do trio representando todas as pessoas LGBT, que morreram e sofreram humilhação, preconceito e agressões.

Entramos em contato com Viviany e ela nos falou mais sobre o que pretende com seu protesto:

Em Neon: Viviany de quem partiu a ideia de você sair crucificada na Parada? 
Viviany Beleboni: A ideia é minha, pois eu sei que a partir do momento que eu coloco os pés para fora do meu apartamento, já estou sofrendo preconceito. Sim, eu sou “crucificada” a partir do momento que saio de casa, seja com uma risada, uma piada, com qualquer tipo de agressão, isso me agride psicologicamente, me deixa para baixo, pode deixar muita gente com depressão entendeu? Então eu tive essa ideia, as pessoas são tão crucificadas, tem que sair só de noite, tem vergonha de sair de dia, porque é motivo de chacota, de alguém ficar rindo, apontando e me perguntei por que não ir crucificada? Se eu sou crucificada o ano todo, se os gays que andam de mãos dadas são espancados, na Rua Augusta, na Av. Paulista?

EN: Você provavelmente será alvo de críticas. Está preparada para isso?
VB: Então, eu virei crucificada e não estou me importando com as criticas, pois elas sempre existirão, positiva ou negativamente. Tenho certeza que as negativas virão de religiosos, que vão achar uma ofensa uma transexual crucificada, só que além de tudo, eu sou um ser humano, independente de eu ser transexual, ser gay, da minha orientação sexual, eu sou filha de Deus e Ele morreu por TODOS, inclusive por mim, por isso eu tenho esse direito, assim como um evangélico tem, de protestar dessa forma ou qualquer outro religioso poderia protestar caso sofresse algum tipo de preconceito. Como eles não sofrem... Eu, pelo meio LGBT, resolvi fazer assim.

EN: Qual o trio elétrico que você virá?
VB: Virei no 15º trio, da Ong ABCD'S da Cidade de Santo André. Virei de Jesus Cristo como se fosse uma trans de Cristo mesmo, não estou indo para ferir a religião de ninguém, irei protestando por causa das estatísticas diárias de mortes de trans e gays ou as que sofrem agressões físicas, de palavras. Isso tudo que está acontecendo é por não existir a lei da homofobia. Enfim as pessoas estão cada vez mais cruéis. Eu acabo de ver a notícia de uma amiga de anos, que foi assassinada com seis tiros, onde ela estava trabalhando. Está acontecendo muito isso, muita maldade. A religião, principalmente a evangélica, está fazendo muita coisa contra a felicidade da gente, como o caso da Boticário, criando grupos para "descurtir" o vídeo da propaganda. Eles não estão querendo aceitar o que realmente existe. Então me veio essa ideia de ir dessa forma religiosa, tipo Madonna. Estarei crucificada. Contratei um rapaz do Hopi Hari, que sabe fazer maquiagem muito realista, como costelas quebradas, estarei descalça e com a coroa de espinhos. Por isso farei essa forma de protesto, para ser contra a homofobia e para aprovarem de uma vez essa lei contra a homofobia. A maldade está demais, existe lei para negros, para mulher e porque não pode existir lei em defesa aos LGBT? Eu irei protestar, não vou para chocar nem qualquer outra intenção. Sei que irei chocar um pouco, mas o povo brasileiro só dá atenção dessa maneira.

EN: Você acredita que as pessoas irão entender essa crucificação?
VB: É uma parada gay, a maior do mundo, e nós não temos os mesmos direitos que alguns países que fazem parada com 50 mil pessoas têm. Então esse ano eu resolvi realmente fazer um protesto, pois a parada virou uma palhaçada, vai travesti de jeans e peito de fora. Virou um carnaval fora de época. Não virou uma coisa de protesto, de você querer lutar para as pessoas verem a realidade do que realmente a gente está sofrendo e vive o ano todo. Eu acho que é um dia para você parar, refletir e ver o que está acontecendo de errado e porque a gente não tem os nossos direitos, entendeu? Eu estou indo representar os meus direitos, o direito das trans, dos gays, estou indo para isso, pelo que deveria de fato ser a parada gay. Não estou indo para palhaçada, se vão entender ou não vai da cabeça inteligente de cada pessoa. Em cima da cruz vai estar bem grande escrito Homofobia LGBT. As pessoas irão entender, obviamente, que é uma trans que sofre preconceito, que é crucificada, eu estarei representando todos e vai de cada pessoa entender, ser visionária.

EN: Você fará uma performance, ficará crucificada, como será a sua atuação?
VB: Eu vou estar no chão tirando foto com as pessoas, dando entrevistas, até a hora de sair o trio, quando eu subirei para o carro, onde haverá um cruz grande. Irá tocar “Like a Prayer”, da Madonna, e por eu ser atriz, vou fazer uma performance mesmo, estarei dublando a música. Depois que o trio andar, o DJ colocará as musicas normais de balada. Mas serão tocadas muitas músicas nesse estilo, “Girl Gone Wild”, também da Madonna, que ela diz “me perdoa senhor por eu ser uma boa garota que ficou selvagem”. Músicas nesse estilo. Vou ficar crucificada até antes da Rua da Consolação, depois terão que tirar a cruz, por causa dos fios de alta tensão.

Fotos: Facebook de Viviany Beleboni
Montagem: Maurício Code (www.codeartdesign.com.br)


Por: Eduardo Moraes - CLIQUE AQUI e leia mais artigos de Eduardo Moraes.

Eduardo Moraes é jornalista formado pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) além de fotógrafo há 15 anos. Em seu curriculum estão o Jornal e Site Abalo, a Exposição O "T" da Questão e o Livro Avesso - Meu Lado Certo. Atualmente é editor-chefe do site www.EmNeon.com.br
 
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