Esqueça o medo, não é um remake, nem apenas um reboot caça-níquel de uma famosa franquia, como tem virado tradição em Hollywood.
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É um filme completamente novo, o primeiro de três que já estão previstos, somados a mais um que contará a história da Imperatriz Furiosa, vivida impecavelmente por Charlize Theron, em sua melhor forma, talvez a verdadeira heroína do filme.
Não temos Tina Turner cantando “We Don’t Need Another Hero”, nem um jovem e carismático Mel Gibson. E nem foi necessário.
O Mad Max vivido por Tom Hardy não perde o posto de justiceiro, fala pouco, mas luta incessantemente contra seus traumas e seus algozes.
As mulheres roubam a cena, o olhar que domina é o feminino, bem notado nas “parideiras” resgatadas pela Imperatriz: uma negra, uma loira, uma ruiva, uma morena e uma albina. O universo feminino é bem representado, adicione aí as guerreiras idosas.
Nos 120 minutos de ação continua e devastadora, tendo como cenário o belíssimo deserto da Namíbia, George Miller - roteiro, direção e a mente responsável pelo universo de Mad Max - consegue levar o cinema de ação a um novo patamar, sem ser repetitivo, dando frescor e impactante sentido àquele universo que já conhecíamos e que quase havíamos esquecido. As crianças albinas, os carros bizarros e as perseguições continuam lá.
Cenas de ação extremamente bem dirigidas e o uso inteligente da computação gráfica (dizem que ele usou apenas 20% de efeitos especiais e abusou dos dublês e cenas reais) revelam sequências avassaladoras com impacto e beleza visual ímpar de destruição e luta, quando mal conseguimos nos recuperar de uma sequëncia, somos surpreendidos por outra ainda mais chocante!
Nas entrelinhas há a crítica às religiões e sua cegueira causada pela busca de uma recompensa noutra vida, através da total entrega aos líderes.
Não é apenas a luta pelo petróleo e água, é a luta pela liberdade e a busca por um lugar onde possam recomeçar. Mas será que há recomeço após o fim de tudo?
Valeu à pena esperar 30 anos, George Miller superou sua própria criação.
[5\5]
Por: Raí Costa Filho - CLIQUE AQUI e leia mais artigos de Raí Costa Filho
Raí Costa Filho é analista de TI, DJ nos finais de semana e feriados (há quase 20 anos), produtor da festa Bizarre Love Triangle (há 12 anos em Brasília) e DJ na festa Cerrado Bears. Cinéfilo desde sempre, apaixonado por fotografia, design e arte.