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sábado, 31 de janeiro de 2015

Agito Cultural: Espetáculo retrata a vida de Frida Kahlo e Diego Rivera

Em Neon: sábado, 31 de janeiro de 2015


Sob um grande texto de Maria Adelaide Amaral e um direção fantástica de Eduardo Figueiredo Leona Cavalli e José Rubens Chachá dão Vida à Frida Kahlo e Diego Rivera, respectivamente. Frida y Diego é uma maravilhosa e controversa peça, onde mostra o difícil relacionamento desapegado entre dois grandes artistas, que tinham como foco o comunismo e a monogamia sendo uma repreensão de posse dos capitalistas.

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Entre várias traições, problemas de saúde, política e crises emocionais a peça se passa em um ambiente conturbado, onde o amor deve ser expressado por sentimentos e arte, somente isso, e não por fidelidade corporal ou mesmo sexual.

Muitos podem dizer que a peça comete exageros, ainda mais quando passa um vídeo de sexo entre os personagens principais no telão, mas tudo o que é mostrado, só serve para contemporizar e ratificar o que todo o texto repetidamente passa, que a vida deve ser vivida, curtida e que os prazeres devem ser aproveitados ao máximo, exaustivamente, sem pudores, sem preconceitos, tabus ou mesmo dogmas.

Com passagens de tempo bem pontuadas e diálogos bem estruturados e definidos, toda a atmosfera dos personagens, em suas características físicas e pessoais, são, em vários momentos, mostradas, vividas e inclusive desmistificadas. Olhar essa peça por um ponto de vista pudico ou mesmo hipócrita, só vai te fazer perder tempo. Não queira santificar os personagens, somente por estarem mortos ou mesmo serem grandes personalidades, pois assim como nós, eles foram pessoas, gente comum, com desilusões, problemas, doença, infelicidades e muita luta.

Marcio Vinicius é quem assina a direção de arte, que nos faz sentir realmente dentro da casa e do estúdio dos artistas retratados e vividos no palco. Isso sem falar no vasto e detalhado figurino utilizado pelos atores em cena, principalmente os de Leona, que são mais chamativos, coloridos e volumosos, todos os objetos cenográficos também são bem dispostos e aproveitados, cada um tendo seu momento de utilização, nada é posto em palco sem aproveitamento, tudo tem seu propósito e sua função.

A direção de Eduardo Figueiredo, levanta uma possibilidade que por poucos é aproveitada, a utilização de fotos, recursos visuais e videos, como personagens e motes para o andamento da peça, eles não ficam simplesmente estáticos, eles ensinam, eles pontuam e mais ainda, eles demonstram
que coisas afora estão acontecendo e tecem em nossas mentes, fatos sugestionados, que se transmutam no decorrer da peça. Seu trabalho é delicado, estudado e milimetricamente apresentado. Uma verdadeira aula aos que buscam aprender o ofício de como se dirigir um espetáculo.

Uma coisa que nos chama atenção e que é um mimo aos espectadores, é a presença constante
de dois músicos, Wilson Feitosa e Mauro Domenech, respectivamente com Acordeon e Baixo Acústico, que recriam uma atmosfera totalmente mexicana e voltada ao tempo da peça que decorre dentre os anos de 1929 à 1953.

Você não precisa saber da vida dos dois artistas e muito menos ser um conhecedor de seus trabalhos, esse é o melhor dessa peça, basta você ter sensibilidade pra ver, ouvir e se deixar levar pelas atuações da dupla em cena, pois aos poucos se acostumará e se sentirá familiarizado, sentindo-se assim como eles, com raiva, ciúmes, ódio, amor...

Leona Cavalli em uma atuação bem madura e difícil, ostenta em sua concepção artística, toda uma estrutura corporal e fragilizada, mas é firme, tal qual era a própria Frida e se despe de toda a sua beleza e sensualidade, que ela tem como mulher e atriz, o que lhe dá um encanto e uma magia necessária para compor sua personagem, dando a ela total liberdade para caminhar pelo palco, sem ter medo de sair de sua personagem.

Já o experiente ator José Rubens Chácha, criou toda a sua composição de personagem com volúpia e prazer. Sua entrega é tão convincente que fomenta na platéia a grandeza de se depará-lo em sua mais completa tradução (como cantou Caetano Veloso) na figura do polêmico artista Diego Rivera.

VIVA LA VIDA!!!

FICHA TÉCNICA

Texto: Maria Adelaide Amaral
Direção: Eduardo Figueiredo
Elenco: Leona Cavalli e José Rubens Chachá
Direção musical e trilha: Guga Stroeter e Matias Capovilla
Músicos: Wilson Feitosa (acordeon) e Mauro Domenech (baixo acústico)
Direção de arte – cenografia, figurinos e adereços: Marcio Vinicius
Visagismo: Anderson Bueno
Desenho de luz: Guilherme Bonfanti
Programação visual: Vitor Vieira
Projeto de vídeo e projeções: Jonas Golfeto
Fotos de divulgação: Gabriel Wickbold
Fotos de cena: Lenise Pinheiro
Produção executiva: Ton Miranda
Gerência de produção: Bia Izar
Direção de produção: Maurício Machado
Realização e produção: Manhas & Manias Eventos

SERVIÇO

Frida y Diego
Local: Teatro Maison de France - Avenida Presidente Antonio Carlos, 58 - 
Centro - Rio de Janeiro/RJ
Horários: Qui a Sab às 20h e Dom às 19h 
Ingressos: Qui e sex: R$ 60,00 - R$ 30,00 (meia); Sab e dom: R$ 80,00 -  R$40,00 (meia)

Fotos: Gabriel Wickbold e Lenise Pinheiro 

Por: João Loureiro Filho - CLIQUE AQUI e leia mais artigos de João Loureiro Filho

João é ator, cantor, mas descobriu-se crítico e aí sim viu que suas opiniões poderiam ajudar muitas pessoas a se decidirem e se descobrirem diante de assuntos dos quais ignoravam, desconheciam ou não davam importância. Participou ativamente de projetos de cinema e teatro, fez um blog de filmes temáticos LGBT. Em breve irá lançar um livro sobre como explorar bem Enredos Carnavalescos.

 
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