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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Beat 2 Beat: Halloween/Veja 20 releituras para o clássico 'Thriller', de Michael Jackson, em um único vídeo

Em Neon: sexta-feira, 31 de outubro de 2014



Já imaginou um dos maiores clássicos da história da música mundial em 20 estilos diferentes?
Pois foi isso que aconteceu com a icônica canção "Thriller" de Michael Jackson, que ganhou uma adaptação curiosa, e porque não dizer divertida, do cantor nova-iorquino Anthony Vincent.

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A música pop ganhou 20 versões diferentes, que passam do pop ao rock, flertam com a ópera e homenageiam artistas como Steve Wonder, Tom Waits, Ozzy Osbourne, Marilyn Manson, Rick Astley, Spice Girls, Oingo Boingo, além é claro do próprio Rei do Pop, Michael Jackson, assim como bandas de heavy metal, hard rock e hip hop.

O vídeo mostra a incrível versatilidade do cantor que a cada 10 segundos, aproximadamente, muda o estilo da música, além de provar seu talento absurdo como intérprete. Anthony já produziu outras versões musicais que podem ser vistas em seu canal do You Tube.

Confira o vídeo da música Thriller e veja também o 'making off' do trabalho de Anthony Vincent:



MAKING OFF



Por: Maurício Code

Maurício Code é designer gráfico, atuante no mercado desde 1995, DJ produtor, criador do selo Code Art Design (www.codeartdesign.com.br) e promoter de eventos na noite carioca através da pop4fun. Em seu curriculum destacam trabalhos para artistas nacionais e internacionais, remixes disponibilizados gratuitamente na internet além de trabalhos como visagista para cinema e televisão

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Mundo LGBT: Tim Cook, o CEO da Apple, assume homossexualidade

Em Neon: quinta-feira, 30 de outubro de 2014



Em um artigo escrito para a Bloomberg Businessweek, Tim Cook falou abertamente sobre sua sexualidade pela primeira vez. "Tenho orgulho de ser gay, e eu considero que ser gay está entre os maiores presentes que Deus me deu", afirmou.

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Embora nunca tivesse falado antes sobre sua sexualidade, Cook deixou claro que nunca tinha escondido o fato e espera que a sua declaração ajude outros que estão lutando com sua própria sexualidade.

O CEO da Apple, de 53 anos, foi nomeado para o início do trabalho da Apple em 2011, após a morte de Steve Jobs e com sua declaração, torna-se um dos mais destacados homens abertamente gays no mundo dos negócios e da tecnologia.

Assumir-se foi uma decisão difícil e pensada  naqueles que não tem a mesma sorte que ele, Cook sabe o que é estar na pele de uma minoria. "Por anos, eu me abri com muitas pessoas sobre a minha orientação sexual. Inúmeros colegas na Apple sabe que eu sou gay, e isso não parece fazer diferença na maneira como eles me tratam. Claro, eu tive a sorte de trabalhar em uma empresa que adora a criatividade, a inovação e sabe que só pode florescer quando você abraçar as diferenças das pessoas. Nem todo mundo é tão sortudo", disse Cook.

Seu outing pode ajudar uma sociedade desinformada a entender que não há diferenças entre brancos, negros, homens, mulheres, heterossexuais e homossexuais. Prova que sua preocupação com a minoria é grande, há um ano ele escreveu uma carta aberta ao Congresso dos EUA, convidando-o a proibir a discriminação no trabalho com base na orientação sexual e identidade de gênero.

"Eu não me considero um ativista, mas percebo o quanto tenho me beneficiado pelo sacrifício dos outros. Então, se ouvir que o CEO da Apple é gay puder ajudar alguém que esteja lutando para chegar aos termos com quem ele ou ela é, ou trazer conforto para qualquer um que se sinta sozinho, ou inspirar pessoas a insistir em sua igualdade, então vale a pena compensar com a minha própria privacidade", disse o executivo.

Cook diz na entrevista que é feliz em trabalhar em uma empresa que há muito tempo defende os direitos humanos e igualdade para todos. A Apple toma uma posição firme de apoio a um projeto de lei de igualdade no local de trabalho, Tim comenta: "Nós vamos continuar a lutar por nossos valores, e eu acredito que qualquer CEO desta empresa incrível, independentemente de raça, sexo ou orientação sexual, faria o mesmo. E eu, pessoalmente, continuarei a defender a igualdade para todas as pessoas" e seu discurso continua: "Quando eu chego em meu escritório todas as manhãs, eu me deparo com as imagens emolduradas de Dr. King e Robert F. Kennedy. Não tenho a pretensão de que o que digo me coloque no mesmo patamar deles. Tudo que faço é permitir-me olhar para essas imagens e saber que eu estou fazendo a minha parte, mesmo que pequena, para ajudar os outros. Nós pavimentamos o caminho iluminado pelo sol da justiça juntos, tijolo por tijolo. Este é o meu tijolo", finaliza com orgulho o CEO da Apple.

Imagens: Reprodução

A Redação

Beat 2 Beat: Show de Betto Serrador reafirma que o cantor veio para ficar


Betto Serrador um talento ímpar na música mundial

"Deixe um verso de amor embalar você...", diz a letra de "O Domador", música presente no álbum "Quintal Sentimental" (2012), do cantor Betto Serrador.

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Descrever o estilo de Betto Serrador não é tarefa fácil, já que o artista deixa clara a mistura entre tudo o que há de melhor e sua genialidade autoral.

No show realizado nesta última terça (28/10), o cantor, acompanhado de sua Big Band surpreendeu e arrancou merecidos aplausos do publico.

A entrega na interpretação é um dos pontos marcantes de Betto Serrador
Para quem já conhecia o som de Betto, o show veio para reafirmar seu talento, carisma e sua originalidade como compositor.

Já para quem, como eu, ainda não havia presenciado uma apresentação de Betto, a noite foi uma grata surpresa.

A banda que acompanha Betto só pode ser descrita como IMPECÁVEL. Músicos ousados e concentrados em cada nota, em cada acorde, dotados de precisão e sensibilidade infinitas.


A voz agradabilíssima de Betto Serrador viaja dos graves aos agudos sem perder a sutileza e é um presente aos ouvidos do expectador.


Betto vem de uma bem sucedida carreira em musicais e essa essência está presente em suas composições e em sua descontraída performance no palco. Uma mistura de teatro, cinema e música.

A forte vertente poética mostrada nas letras agrada os mais exigentes ouvintes.


As participações especiais das cantoras Giulia Nadruz e Fernanda Gabriela deram um toque sutil e delicado ao show, marcando a versatilidade de Betto Serrador.

Giulia Nadruz, cantora e atriz de vários musicais como Sherek, encantou a plateia com sua voz 

Fernanda Gabriela, meio tímida, meio brejeira, soltou a voz ao lado de Betto

Fácil deixar que um ou muitos versos de amor nos embalem!

Melhor do que falar ou do que ler sobre esse inovador artista, é ouvir sua obra!

Visite o site de Betto Serrador: www.bettoserrador.com

Fotos: Eduardo Moraes (www.emfotos.com.br)

Por: Maurício Code

Maurício Code é designer gráfico, atuante no mercado desde 1995, DJ produtor, criador do selo Code Art Design (www.codeartdesign.com.br) e promoter de eventos na noite carioca através da pop4fun. Em seu curriculum destacam trabalhos para artistas nacionais e internacionais, remixes disponibilizados gratuitamente na internet além de trabalhos como visagista para cinema e televisão



Choque Rosa: Pensando os rumos do Movimento LGBT... E agora? Pra onde vamos?



Os crimes de homotransfobia continuam a crescer no Brasil, segundo a Frente Paulista Anti-Fascista - FPAF é crescente a  organização de grupos e coletivos de caça a homossexuais, lésbicas e transexuais. O Congresso vive seu momento mais conservador, com aumento das bancadas da Bala (policiais, militares e afins), fundamentalista religiosa e conservadores de todos os tipos.

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O pensamento conservador tem emergido das entranhas da população, desde o senhor, pouco estudado casado com minha avó, até os coletivos que desfilam em defesa da pátria e da família no centro de São Paulo.  Segundo Miriam Grossi (foto), em ensaio publicado no Jornal francês Le Libération "Les évangéliques brésiliens à l'assaut de la sexualité" o Brasil tem vivido uma onda de crescimento do pensamento conservador,  que tem se manifestado com grande força política no Congresso Nacional, e também com grande poder econômico. O centro deste pensamento conservador está com os movimentos e grupos neo-petencostais fundamentalistas, que cresceram cerca de 61% entre 2000 e 2010, segundo dados do IBGE.

Tenho a impressão que é, neste período, que as pautas políticas são deslocadas do campo da economia e da política social, para o campo da moralidade, o campo do governo sobre os corpos e condutas ético-morais das pessoas. A problemática de tal condição de Guerra Cultural é a impossibilidade do diálogo pacífico ou do diálogo que construa políticas para atender às minorias sexuais, de gênero ou às pautas feministas, como a legalização do aborto, uma vez que os interlocutores partem de noções morais antagônicas.

Com isso, percebemos que, em termos de "terreno", o movimento LGBT tem perdido. Nossas batalhas, ao longo dos últimos anos foram ganhas no Judiciário. As eleições nos trouxeram cisão, entretanto, precisamos compreender que  não há possibilidade de efetivação de conquistas e direitos, enquanto o poder executivo estiver refém da governabilidade (necessária). O que devemos então fazer?

Acredito que o primeiro passo seja um voltar-se para a história e identificar, ao longo do tempo, o que combatemos (mesmo antes de existirmos enquanto um movimento articulado). Gostaria, a grosso modo, e por preferência didática, de dividir o processo de sujeição e punição dos homossexuais e desviantes sexo-gênero ao longo da história, considerando que houve, ao longo da Idade Média a caça aos "sodomitas" e as "safistas", homens e mulheres homossexuais, naquele momento havia o poder da Igreja como mecanismo de sujeição, e além dele, é claro, o poder das verdades biblicamente produzidas (a abominação, o pecado, a perversão); Na Idade Moderna e fim da Idade Média percebemos que os desvios da heterossexualidade (ou do sexo " natural") é convertida para a esfera da judicialização, passa a ser "crime", não apenas um crime contra a Igreja ou contra as normas de Deus, mas um crime "contra-natura", contra a natureza. Punido com morte, ou isolamento.

A Leucotomia, utilizada no passado para"curar" a homossexualidade, é considerada até hoje um dos maiores erros da história da psiquiatria em todo o mundo

No século XIX, percebemos o deslocamento para o campo psiquiátrico. Os desvios, notadamente a homossexualidade, passam a ser patologia e permanece como tal até os anos 80 do século XX. Durante este período se organiza o ativismo LGBT, inicialmente com pequenos grupos na Alemanha, depois nos EUA (Sociedade Matachine) e de forma mais clara e radical, após os anos 70, com a Revolta de Stonewall nos EUA, quando centenas de gays, lésbicas, travestis, drag queens decidem recusar-se a sair do Bar e resistem a violência policial e a prisão.  Vale ressaltar que a transexualidade, ainda hoje, é considerada uma patologia.

Penso que a homotransfobia, tal qual a enfrentamos hoje, é a sobra sistêmica dos mecanismos de repressão às sexualidades que foram historicamente construídas. Não vejo, como diria Hannah Arendt (foto) - em relação aos judeus - em "Da violência"  que haja ainda hoje o mesmo tipo de homotransfobia que existiu durante a Inquisição, ela não é mais preenchida da vigorosidade de uma crença ou de uma condenação real, ela é preenchida pela tradição do saber-fazer-agir em relação ao tema, esta tradição permeia nossas instituições e subjetividades.

Quando me proponho a pensar em um rumo para o movimento LGBT, estou a dizer, também, que precisamos pensar: O que estamos combatendo hoje? Combatemos apenas os atos de morte? Ou há todo um processo midiático sistêmico e atomizado de homotransfobia que precisa ser combatido? Com quais instrumentos faremos isso? É preciso, como já disso noutros momentos, que o ativismo LGBT se estruture e comece a pensar em acumular capital político para disputar espaços de poder, e então fazer frente, no que diz respeito à política, ao Congresso conservador e aos crescentes discursos e grupos proto-fascistas.

Acredito que este seja um momento crucial para todo o ativismo LGBT, pois estivemos na pauta nas últimas eleições, e nossa luta, agora, deve ser por estruturação, construção de um contra-discurso, superação das cisões eleitorais e, sobretudo, conquista de espaço político.

Imagens: Reprodução

Por: Fernando Vieira

Fernando, tem 23 anos é gay genderfluid, ativista LGBT, professor de Língua Portuguesa, e atualmente dedica-se aos Estudos de Gênero da Teoria Queer. Tem influências de Deleuze e Foucault, e lhe agrada Slavoj Zizek e Lacan. Busca simplificar o obscuro jargão pós-moderno, e deseja, com seus textos, propor reflexões que possam produzir caminhos.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Música: Betto Serrador apresenta o show 'Quintal Sentimental' no Paris Show - Casa de arte e cultura Julieta de Serpa - RJ

Em Neon: segunda-feira, 27 de outubro de 2014


Betto Serrador (centro) e sua banda apresentam o show "Quintal Sentimental" no Rio de Janeiro 

Acompanhado por uma Big Band com músicos multi instrumentistas, Betto Serrador apresentará às 21h do dia 28 de outubro, o show "Quintal Sentimental", no Paris Show - Casa de arte e cultura Julieta de Serpa. O repertório inclui músicas do seu primeiro CD, além de canções inéditas do próximo álbum e releituras inusitadas.

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Giulia Nadruz e Fernanda Gabriela fazem participação especial no show

O cantor receberá a participação especial da cantora e atriz revelação Giulia Nadruz, indicada ao prêmio Bibi Ferreira 2014 como melhor atriz/cantora por seu papel em “Shrek”; e a participação de Fernanda Gabriela, cantora do BeBossa Grupo Vocal.

Cantor, ator, compositor e instrumentista, Betto participou de superproduções musicais, destacando: “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque, com direção de Charles Möeller e Claudio Botelho, rodando pelo Brasil e em turnê europeia; “Bibi in Concert 3”, onde trabalhou ao lado do ícone do teatro brasileiro, Bibi Ferreira; “SETE – O Musical”, espetáculo que recebeu os prêmios Shell e APTR, com músicas originais de Ed Motta; “Fedegunda”, opereta franco brasileira de Karen Acioly, com músicas do francês Camille Rocaileux, apresentado no Brasil, Portugal e França; “Radio Nacional, as ondas que conquistaram o Brasil”, em turnê pelo Brasil; “Vozes de Ouro”, um tributo a Herivelto Martins, com direção de Ney Matogrosso; e “Um Lugar Chamado Recanto”, que Betto protagonizou ao lado de Nívea Stelmann e Camila Caputti, com direção de Fred Mayrink. Por fim, destaca-se por sua participação em três montagens originais da Disney produzidas no Brasil entre 2005 e 2008: “100 anos de magia Disney”, “Dream and Fantasy” e “Magic Moments”.

Suas canções estiveram também nas trilhas sonoras das novelas “América” e “Caminho das Índias”, ambas pela Rede Globo de Televisão.

Em paralelo à sua carreira no palco, desenvolve sua vertente autoral, trabalhando como compositor e letrista de trabalhos como “Primeiro Ato”, filme musical dirigido por Felipe Pitrez, com Alessandra Maestrini e grande elenco; “Avessos”, espetáculo da Cia Tápias de Dança; “Yunak”, documentário dirigido por Neville DÁlmeida; e “Zé com a mão na porta”, no qual também atuou e cantou.

Assista abaixo Betto Serrador no clipe oficial da música "O Domador":



FICHA TÉCNICA
Compositor, cantor, arranjo e piano: Betto Serrador
Samplers, Acordeon, arranjo: Christian Bizzotto
Baixo: Marcelo Saboya
Bateria: Michel Nascimento
Guitarra, banjo e violão: Guilherme Menezes 
Trombone: Vitor Tosta
Trompete- André Lacerda
Violino: Andre Cunha
Assessoria de imprensa: Minas de Ideias

SERVIÇO
Quintal Sentimental
Dia: 28 de outubro de 2014
Local: Paris Show- Casa de arte e cultura Julieta de Serpa - Flamengo
Endereço: Praia do Flamengo, 340 – Flamengo – Telefone (21) 2551-1278
Horário: 21h - Abertura da casa:20h
Valor: R$40,00 / R$20,00

DIVULGAÇÃO









Fotos: Daniela Mesquita (grupo) / Laílson Santos (Giulia) / Juan Guimarães (Fernanda) / Angela Paula (Betto)

A Redação

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Música: Shirley Bassey lança novo disco em novembro

Em Neon: sexta-feira, 24 de outubro de 2014




Shirley Bassey anunciou que seu novo álbum Hello Like Before  será lançado em 17 de novembro. Este será o primeiro álbum da diva em cinco anos e será para comemorar seus 60 anos de carreira.

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Bassey resolveu fazer um álbum com suas canções favoritas inclusive uma nova versão de Goldfinger  que ela sempre quis regravar.

O detalhe do arco-íris no vestido da cantora seria uma homenagem a seus inúmeros fãs LGBT?
A cantora dá nova roupagem a músicas como Englishman in New York, do cantor Sting, Hey Jude, do quarteto The Beatles,Wild Is The Wind da carismática Nina Simone  e ainda um dueto com Paloma Faith na música Diamonds Are A Girl’s Best Friend imortalizada por Marylin Monroe no filme "Os Homens Preferem as Loiras".

Além do novo álbum há rumores que Bassey esteja planejando uma turnê mundial para o final de 2015.

Veja abaixo as músicas do álbum de Bassey:
1. This Is What You Are
2. Englishman In New York
3. Fever
4. I’m Still Here
5. Macarthur Park
6. Wild Is The Wind
7. Goldfinger
8. Diamonds Are A Girl’s Best Friend (duet with Paloma Faith)
9. Here’s To Life
10. It Was A Very Good Year
11. Hello Like Before
Deluxe Bonus Tracks
12. We Got Music
13. Hey Jude

Fotos: Divulgação e Internet

A Redação

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Choque Rosa: Por que fingem que a Homotransfobia não existe?

Em Neon: terça-feira, 21 de outubro de 2014



Propus em meu último (e longo) texto uma analítica do apagamento da homofobia, entretanto, alguns leitores me pediram que eu aprofundasse o tema, e escrevesse especificamente sobre estes mecanismos de apagamento da homofobia, conforme explicitei no texto “O poder da heteronorma: quem o sustenta é a homofobia”.

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Uma rápida olhada em notícias sobre os crimes de homotransfobia nos permite observar as tantas tentativas de negá-los, não em sua materialidade, mas em sua motivação. Estes crimes são equiparados, pela mídia, a outros assassinatos, recebendo destaque, geralmente, como ilustrações perversas do estereótipo “demonizador” do homossexual, da travesti e dos “desviantes da heterossexualidade”: o gay promíscuo, a travesti que se prostitui, o gay problemático, desonesto, mentiroso...

Penso, contudo, que antes de analisarmos mais detidamente os mecanismos de apagamento da homotransfobia, seja importante definirmos que, na perspectiva deste texto, homotransfobia trata-se de qualquer atitude de preconceito, ódio, discriminação, ridicularização, violência física, verbal ou simbólica, humilhação e segregação contra pessoas LGBT. Não se trata apenas, portanto, de “homofobia” em sentido etimológico (medo ou aversão), e nem tampouco de homofobia, apenas em suas manifestações extremas de agressão física e assassinato.

Segundo Daniel Borrillo (foto) a homofobia em geral denuncia “desvios e deslizes do masculino em direção ao feminino e vice-versa, de tal maneira que se opera uma espécie de atualização constante nos indivíduos, lembrando-os de seu “gênero certo”. Toda suspeita de homossexualidade parece soar como uma traição capaz de questionar a identidade mais profunda do ser” (BORRILLO, 2009). Tal afirmação é necessária, pois neste texto – a título de simplificação – usarei “homotransfobia” como hiperônimo representante da violência e discriminação em relação a toda forma de desvio de orientação sexual e identidade de gênero, em relação à norma cis-heterossexual. Ressalto, entretanto, que existem especificidades dentro do conceito de homotransfobia, tais quais a lesbofobia, a bifobia, gayfobia, a transfobia, a travestifobia, entre outros.

Isso posto, e considerando a abrangência da definição de homotransfobia, fica evidente que os jornais noticiam apenas os crimes homofóbicos, ou os atos homofóbicos, quando estes tomam a dimensão da agressão física, ou dos atos de morte. E este é, portanto, o primeiro mecanismo de apagamento da homotransfobia. Entretanto, ainda que sejam noticiados, são geralmente associados a crimes passionais não-homofóbicos, pois as mídias tendem a buscar fatores atenuantes como, por exemplo, um possível relacionamento entre agressor e vítima, pressupondo que este relacionamento seria o suficiente para retirar o crime da categoria de “homotransfóbico”, essa passionalização e atenuação do crime constituem, pois, o segundo dos mecanismos de apagamento da homofobia.  Há ainda o processo de culpabilização da vítima, colocando-a em um “grupo de risco”, no sentido de que seu estilo de vida promíscuo (sic) e descuidado conduziram-na àquela situação de violência, e não que a homotransfobia exista em si, como condição de vulnerabilização e risco de pessoas LGBT, sendo, portanto, o terceiro fator de apagamento da homotransfobia. O quarto mecanismo de apagamento compreende a subjetivação e a individualização do agressor, nestes casos, frente a um crime inegavelmente homotransfóbico (geralmente quando há uma carta do agressor demonstrando seu ódio explícito), a homotransfobia é convertida em ato subjetivo, pessoal e patológico daquele agressor, desonerando, pois, a sociedade, de sua responsabilidade na produção de subjetividades e ações homotransfóbicas.

Os mecanismos de apagamento são, portanto: Redução a manifestação máxima, passionalização, culpabilização e subjetivização no agressor.

Subjetivização do crime no agressor
Há casos em que o crime homotransfóbico é inegável; casos como, por exemplo, a cerimônia de purificação à qual foi submetida o jovem de 19 anos em Betim-MG: ele foi sequestrado e queimado em um ritual de purificação de sua homossexualidade, ao seu lado foi encontrada uma carta que dizia “limpeza em Betim e trazer o fogo da purificação a cada um que andar nas ruas declarando seu ‘amor’ bestial”. A vítima sobreviveu, e havia ainda uma carta. Não era possível negar a existência de um crime homotransfóbico, entretanto, ainda assim os mecanismos de apagamento se põem em ação, neste caso, a subjetivização da violência. Como assim?

Desconsidera-se, em casos assim, a existência de uma violência homotransfóbica sistêmica e admite-se que exista, de maneira isolada, por parte de algumas pessoas ou grupos (geralmente skin-heads ou fundamentalistas fanáticos patológicos), atitudes patológicas de homotransfobia.

Superficialmente, os que assim se manifestam parecem indicar que de fato há homotransfobia, parecem solidarizar-se com a causa, entretanto recorrem a este tão perigoso ardil, negar que aquele crime é produto de uma violência sistêmica, e não apenas um dado isolado. O que não é o caso, uma vez que a carta deixada ao lado do jovem de Betim indica que há pressupostos de ordem moral, e de ordem religiosa que fundamentam tal ação, quais sejam:
1- A necessidade de purificação do homossexual, visto, portanto, como impuro, como sujo, como praticante do “amor bestial”. Esta não é, certamente uma afirmação inocente ou patológica, ela deriva, diretamente do discurso de ódio fundamentalista, pregado por pessoas como o pastor, que convida todos a salvarem a família do mal do “homossexualismo”(sic), ou de pessoas como a “psicóloga” que propõe “curar o homossexualismo”, ou ainda, de discursos como o deputado  que propõe “uns tapas” nos meninos afeminados para que se tornem homens;
2- A purificação não ocorre somente pela homossexualidade, mas por “declarar publicamente” seu “amor bestial”, ou seja, a declaração pública, a enunciação pública da homossexualidade, revela-se enquanto afronta que necessitaria ser combatida. Em que isso afronta subjetivamente os agressores? Afronta a “normalidade”, compreendida aqui, como um regime em que a heterossexualidade é categorizada como “normal”. A homossexualidade como “desvio” ou “bestialidade”. Ideias e noções como essas não emergem patologicamente nas pessoas, elas são produto de séculos de discursos guetificadores, patologizadores e estigmatizadores da homossexualidade.
3- Ainda com relação a “declarar publicamente” a homossexualidade, é inferir que se não fosse publicamente declarada não haveria, portanto, necessidade de purificação. Ele deveria aprender a não declarar publicamente, e não aprender a não ser homossexual. Este fato sugere, portanto, que havia ali a preocupação com o rompimento de uma “ordem social”, com o rompimento de um sistema de hierarquização da homossexualidade.

Deste modo, percebemos que há, frente à inegabilidade do crime homofóbico, a tentativa de subjetivação e individualização do ímpeto violento, ao invés de compreendê-lo como produto da violência homotransfóbica sistêmica. Esta dimensão da subjetivação é um fenômeno típico do cinismo do politicamente correto de nossos tempos. Não se admite que “eu possa ser preconceituoso”, ou “eu possa ser homotransfóbico”, este mal reside no outro, reside no agressor, e não no sistema, com o qual eu corroboro e o qual eu sustento.

Culpabilização da vítima de homotransfobia
Este recurso de apagamento é talvez o mais conhecido. Ocorre não apenas com as vítimas da homotransfobia, mas também com vítimas de estupro, com mulheres vítimas da violência doméstica, ou com jovens negros, vítimas de linchamento e tortura em postes na rua.  Este mecanismo consiste em transformar a vítima, ou suas rotinas e hábitos como culpados pelo crime, como tendo sido motivadores da condição de violência.

Exemplo da culpabilização ocorreu com a abordagem do colunista da Veja, Rodrigo Constantino, acerca da morte de João Donati (foto). Rodrigo associa a morte aos “hábitos promíscuos” do mundo gay, pois João estava fazendo sexo com seu agressor em um terreno baldio.

Entretanto, esta abordagem não considera aspectos relevantes, tais como:
1- Por que João estava em um terreno baldio? A resposta é evidente: a homossexualidade, quando considerada como pecado-perversão-patologia, é guetificada, ou seja, não se permite que ela se revele publicamente, então os amores, os afetos homossexuais foram, por muito tempo, obrigados a viver escondidos. O sexo é, muitas vezes, feito nos becos, nos terrenos baldios, nos banheiros do metrô. Pela madrugada, ocultado pelo insulfilme dos carros. O homossexual, dada a homofobia, raramente tem a oportunidade de “namorar no sofá”. As relações, os desejos são, por longo tempo, escondidos e revelados em ambientes perigosos e sujos. Não por preferência, mas geralmente, por ausência de opção;
2- O agressor, segundo ele mesmo, matou João, pois ele queria ser "o ativo", ou seja, há aqui um processo de homofobia internalizada e gayfobia evidentes. "Ser o ativo" é, social e arbitrariamente, compreendido como "manter-se 'homem' na relação", que deve ser, para tanto: não afetiva, não publicizada, não assumida, e plenamente "armariada". A possibilidade de "ser passivo", para aquele que agrediu João, representava o extremo da subversão e rompimento da própria "identidade" de virilidade e masculinidade. Aqui, mais uma vez eu pergunto: De onde vem a ideia de virilidade como sinônimo da prática ativa? Não seria esta uma normatização (socialmente construída) das condutas sexuais fundamentadas no papel do homem como o invasor fálico, e do feminino, ou afeminado, como o dominado pelo falo do outro?

Quanto à culpabilização da vítima há um segundo processo, a culpabilização categórica, baseada, geralmente, na teoria freudiana do espelho. Esta forma de culpabilização parece sugerir que todo homofóbico é, necessariamente, um homossexual enrustido, ou seja, que ele "agride no outro o medo que tem de sua própria homossexualidade", não duvido que alguns casos sejam assim, entretanto não é possível construir essa generalização no sentido de que isto significaria que a homofobia seria sempre produzida por homossexuais culpando, deste modo, toda uma classe de pessoas, pela violência sofrida por elas mesmas.

A filósofa Judith Butler (foto), no documentário "Filósofa en todo género", conta-nos acerca de um rapaz que vivia no bairro do Maine, nos EUA, desde que nascera. Este garoto andava de forma distinta dos demais garotos, ele "rebolava" (comportamento ao caminhar tipicamente associado a mulheres, ou ao feminino e, portanto, inadmissível na constituição do ser social masculino). O rapaz passou, então, a ser humilhado pelos demais garotos da cidade até que, dois ou três destes garotos interromperam a caminhada do rapaz, brigaram com ele e o atiraram da ponte. Para Judith Butler, este ato de violência representa um profundo medo ou pânico, de subversão das normas de gênero, ou seja, da determinação do que deve e pode ser feito por um homem ou não. De maneira marcadamente distinta da teoria freudiana, Butler indica que há uma tentativa, não de "matar a homossexualidade do outro, por medo da minha", mas de pôr fim à subversão. Seria a homotransfobia, portanto, um mecanismo de "sustentação da ordem". Este é um fato desconsiderado pelos que advogam a culpabilização categórica.

Passionalização do crime homofóbico
Este mecanismo de apagamento da homofobia consiste no desvio da motivação do crime e na desconsideração das possibilidades de homofobia internalizada, como no caso João Donati.  O desvio do crime homofóbico para o crime passional não-homofóbico, se dá transformando a motivação da violência em questão de âmbito interno da relação entre agressor e vítima quando há, entre os dois, algum tipo de envolvimento amoroso/sexual.

Desta forma, o crime passa a ser motivado por "ciúmes", por interesses econômicos, e por uma série de razões que são aparentemente não-homofóbicas, entretanto tais afirmações não consideram o questionamento básico: Qual a relação de poder entre ambos os "parceiros" que permite que um exerça sobre o outro o poder da violência, o poder da morte?

É evidente que há desigualdade de força e potência entre ambos, ou seja, que o agressor sente-se, por alguma razão, no direito de matar, torturar ou agredir o outro. Pensemos, por exemplo, nos casos das travestis que se prostituem e são assassinadas por seus clientes. Geralmente estes casos são negados pela passionalização do crime (e culpabilização da vítima) por meio da construção de atenuantes ao ato do agressor, entretanto a condição de "travesti", portanto, identidade social – em que a afirmação da humanidade é ainda um desafio (são, geralmente tratadas como abjeções) – é que permite que se exerça tal violência sobre ela.

Masculinizado e afeminado, os papéis parecem ainda definir quem tem mais ou menos direitos nas relações homoafetivas
Assim como no caso João Donati, o homem viril e ativo, ou seja, consciente de sua suposta superioridade em relação ao homem gay afeminado, sente-se no direito de matar o parceiro sexual. Há nisso, obviamente, um processo de hierarquização e relação de poder dentro das relações afetivas, pautado não apenas por questões passionais (ciúmes ou algo que o valha), mas como produto da permissividade da violência homofóbica sistêmica e da vulnerabilização e objetificação dos desviantes da norma cis-heterossexual?

É evidente que existem crimes passionais homotransfóbicos, entretanto, eles não deixam de ser crimes homofóbicos por serem passionais. Eis a falácia e o apagamento deste jogo do discurso midiático.

Redução a manifestação máxima da homotransfobia
A redução à manifestação máxima compreende o entendimento da homotransfobia apenas quando há morte ou agressão física evidente e inegável de crime homotransfóbico, ou seja, nega a existência de formas simbólicas, psicológicas e discursivas da homotransfobia.

Neste caso, afirmações de patologização da homossexualidade, de objetificação das mulheres trans, da negação da identidade de homens trans, das agressões verbais do bullying homofóbico, das falas segregatórias como a do ex-presidenciável Levy Fidelix são convertidas em “direito de expressão” ou seja, não se tratam de homotransfobia, mas do simples exercício de opinião.

O que tal abordagem desconsidera é que este discurso de ódio, fantasiado de liberdade de expressão, assim como as agressões verbais, as piadas homotransfóbicas, constroem um universo discursivo que reforça a hierarquização das sexualidades e dos papeis de gênero, bem como a negação, sobretudo no caso das pessoas trans, de sua humanidade.

É fundamental considerar ainda os danos causados pelas formas verbais e simbólicas de homotransfobia às suas vítimas: os problemas psicológicos, a fobia social, os casos de disforia, depressão e suicídio. Sim, há suicídios por homotransfobia, afinal, crescer em um mundo que prega sua anormalidade e inadequação contribui para a homotransfobia internalizada.

Quando algumas pessoas dizem "não sou homofóbico, não agrido homossexuais" elas fazem justamente isso, constrói o apagamento da homotransfobia, enunciando que ela só pode existir no ato de morte, e não nos atos de fala, nos atos performativos ou no discurso.

Multiplicidade dos mecanismos de apagamento
É importante considerar que esta divisão em 4 mecanismos de apagamentos é didática pois que, quando estão em ação, são geralmente conjugados e utilizados ao mesmo tempo para o apagamento do crime homofóbico. Como já sugeri no texto que antecede este, é preciso pensar: Por que há tanto interesse em apagar e negar a homotransfobia?

Imagens: Internet

Por: Fernando Vieira

Fernando, tem 23 anos é gay genderfluid, ativista LGBT, professor de Língua Portuguesa, e atualmente dedica-se aos Estudos de Gênero da Teoria Queer. Tem influências de Deleuze e Foucault, e lhe agrada Slavoj Zizek e Lacan. Busca simplificar o obscuro jargão pós-moderno, e deseja, com seus textos, propor reflexões que possam produzir caminhos.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Politiké: Pelos rumos da economia, quem vencer a eleição vai se arrepender de ter ganhado

Em Neon: segunda-feira, 20 de outubro de 2014



Amigos leitores,

Dia 5 de outubro foi um dia histórico. Nossa democracia está mais forte. Tudo funcionou muito bem. Ficou claro que temos o melhor sistema eleitoral do mundo. Melhor até que o dos Estados Unidos, onde ainda se vota em cédulas de papel, o que torna as eleições muito mais suscetíveis a fraudes, como ficou evidenciado na eleição de Bush, vencida através do roubo de votos da Flórida.

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Qual país tem o resultado das eleições no mesmo dia? Nosso sistema é ótimo, mas é uma pena que, a despeito de um sistema de votação tão moderno, ainda sejam eleitos tantos candidatos antigos e corruptos. Se bem que houve muitos candidatos impedidos de se candidatar pela lei da ficha limpa: mais de trezentos, ou seja, a lei está funcionando, o que é muito bom para o processo eleitoral.

Agora teremos um 2º turno com Aécio Neves e Dilma Rousseff na disputa pela Presidência. É a constatação do que dizia um mineiro, cujo nome não me recordo agora: "Política é como as nuvens. Mudam de lugar o tempo todo", ou algo parecido.

Pois é. Quem poderia prever a morte súbita de Eduardo Campos, que mudou todo o cenário eleitoral, permitindo a subida de Marina Silva até o pódio dos possíveis presidentes? Agora teremos dias de suspense.

Quem ganhará??? Dilma conta com os eternos 40% que o PT conquistou no Nordeste e Norte, onde estão os votos de quem recebe bolsa família e têm pouca informação sobre minúcias políticas. Aécio teve um crescimento inesperado. Marina desceu depois do debate, no qual se apresentou muito insegura e mal preparada. Aécio deu um show de bola. Calmo e irônico, creio que tenha conquistado a confiança de muitos.

Com apoio de Marina, Aécio poderá vencer e ser o novo Presidente da República, e terá de inaugurar uma fase crítica do projeto de poder atual. Terá de fazer uma revisão das medidas estatizantes e maniqueístas da ideologia do governo. Tendo em vista a situação atual das contas públicas, e pelos rumos da economia, quem vencer a eleição, seja Dilma ou Aécio, vai se arrepender de ter ganho, pois os problemas econômicos vão explodir em cadeia, uma vez que foram mantidos embaixo do tapete.

2015 será um ano interessante!!! Mas, como dizem os sábios chineses: "Peça a Deus para não viver em um ano interessante" que, segundo eles,  são os piores momentos da história.

Rio de Janeiro, Outubro de 2014

Imagem: www.codeartdesign.com.br

Por: Endy Van-Erven
Revisão: Márcia Furtado

Endy Van-Erven é Vereador Suplente do Rio de Janeiro, Nutricionista formado pela USP (2000), Ambientalista e trabalha na secretaria de desenvolvimento dos Direitos Humanos.




sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Especial Deena Love: Intimo e pessoal! 24 horas ao lado de Pedro Figueiredo, o criador da Diva

Em Neon: sexta-feira, 17 de outubro de 2014


Uma das melhores coisas em fazer parte de um site como o "Em Neon" é poder receber de braços abertos todos aqueles que brilham como a luz de um letreiro em neon.

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Quando assistimos à primeira apresentação de Deena Love, personagem criada pelo cantor Pedro Figueiredo, no "The Voice Brasil 3", não nos restaram dúvidas de que essa figura emblemática seria nossa homenageada pelos próximos meses.

No dia seguinte, corremos atrás do contato de Pedro e ele atendeu o telefone, extremamente simpático e receptivo. Diante de nosso convite, o rapaz se declarou lisonjeado.

Pois bem... Já no dia seguinte publicamos as duas primeiras matérias e no início da semana passada, Pedro nos avisou que estava vindo para o Rio, acompanhado de seu companheiro, o maquiador Jandir de Castro, para resolver assuntos de trabalho.

Como eu já estava APAIXONADO pela postura de Pedro, convidá-lo para encontrar comigo e Eduardo Moraes, editor chefe do "Em Neon", foi inevitável e espontâneo! E, lógico, se houvesse a oportunidade, gostaríamos de recebê-los em nossa casa. E que alegria sentimos quando Pedro disse: "SIM"! Quando eu chegar ao Rio, ligo para vocês..."

E então chegou o dia! Terça (07/10) por volta de 15h, Pedro e Jandir chegaram. Pedro havia passado toda a segunda feira cumprindo compromissos de sua agenda, que anda super concorrida, e Jandir veio em seguida para acompanhá-lo em outras obrigações. Providos de uma educação e de uma humildade ímpar, não houve como não amá-los ainda mais.

Pedro Figueiredo (Deena Love) e Jandir de Castro: Encantados com a paisagem do Rio
Cerca de uma hora antes, Pedro, que ainda consegue sair na rua sem ser reconhecido, havia ido buscar o companheiro na rodoviária. Ambos se deslocaram até nossa casa, de ônibus mesmo! Cheios de malas e um pouco tímidos, almoçaram conosco e dali partimos para um passeio na Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos pontos turísticos cariocas mais incríveis. Tamanho foi o encanto dos dois com a Cidade Maravilhosa, que eles já pensam até em mudar de São Paulo para o Rio de Janeiro.

Falando em preconceitos, Pedro conta que na pele de Denna Love,  tem sido muito bem tratado pelas pessoas em todos os lugares por onde passa.

Ele conta que foram anos e anos de uma dura batalha, de apresentações com cachês simbólicos, de investimentos ousados, incluindo o amor de seu companheiro, Jandir, que há 2 anos largou tudo para acompanhar "Deena Love", em shows e compromissos variados.

Pedro e Jandir se conheceram trabalhando em um cruzeiro pela costa brasileira. Na época, Jandir vivia da dança e Pedro se apresentava como cantor. Daí nasceu uma união harmoniosa e estável, uma verdadeira parceria, dessas que poucas vezes temos a alegria de presenciar.

Mas voltando ao nosso roteiro, após o passeio pela Lagoa, fomos todos ao mercado e lá compramos aperitivos para saborear enquanto conversamos até a hora de dormir.

Conversamos de tudo um pouco: Política, Mundo LGBT, relacionamento amoroso, The Voice Brasil... Sobre o momento político (pós-eleitoral) no universo LGBT, Pedro foi objetivo: "Acredito que nós devemos direcionar a luta para o lado financeiro, afinal de contas, somos o público com o maior crescimento de consumo, e se temos obrigações, como pagar impostos para que o governo aplique esse dinheiro para a população em geral, também merecemos os mesmos direitos. Não somos bem vistos quando queremos adotar uma criança, mas nosso dinheiro é bem aceito para investimentos em creches mantidas pelo poder público".

Sobre militância LGBT, Pedro apoia e acha a causa mais do que válida, mas acredita que falta união. Infelizmente, em função de sua agenda, Pedro não conseguiu apoiar nenhum candidato, até porque, certamente, apoiaria muitos que lutam a favor da comunidade LGBT. Ele diz lamentar, mas acredita que sua atual visibilidade no "The Voice Barsil 3" é uma grande militância, abrirá mais portas para a comunidade e após o término de sua participação na atração do horário nobre, não somente ele, mas muitos de nós teremos uma pequena, mas significativa abertura na sociedade.

Após sua primeira apresentação no "The Voice Brasil 3", Deena Love recebeu muitas mensagens de agradecimento. Pessoas que não aceitavam seus filhos gays, mas ficaram tão comovidas pela postura da família de Pedro e pela bondade expressa em sua personagem, que simplesmente abriram corações e mentes. Agora, imagine se cada vez que Deena Love se apresentar, isso acontecer dentro de uma família?

"É claro que eu quero ganhar o "The Voice", mas saber que posso ajudar famílias a se reconciliarem já é um grande prêmio! Mesmo que eu não vá longe na competição, só pelas mensagens que recebi, já valeu a pena..." revelou o rapaz em tom feliz.

Enfim... Tanto se falou e tão bom foi, que fica impossível contar tudo em um único artigo, mas entre tantas coisas, ficaram óbvias a humildade e o senso de realidade de Pedro. Fomos todos dormir com aquele sentimento de que o mundo é um lugar melhor, quando encontramos pessoas tão amáveis.

Amanheceu e acordamos com um céu azul mostrando o Rio de Janeiro em toda a sua poesia. Pedro e Jandir são desses que acordam com um sorriso no rosto e um beijo de bom dia em todos! Como não ter um bom dia assim?

Tomamos café, e em algum momento, Pedro entoou "Calling You", sucesso dos anos 80 que apresentou no "The Voice". Momento mágico e que só veio para reafirmar o que já pensávamos sobre a voz de Pedro: sóbria, melódica e inesquecível.

Após isso, Pedro e Jandir foram resolver assuntos, visitaram a orla de Copacabana e voltaram ao nosso encontro para uma despedida que esperamos que seja breve. Levamos os dois até o metrô e demos aquele abraço apertado.

Que experiência linda! Nasceu ali uma amizade que esperamos ser duradoura. Se nós já "love" a Denna, agora amamos ainda mais! Até onde Deena vai na competição, ainda é um mistério, mas nossa torcida é grande e nosso apoio irá além.

CLIQUE AQUI para ver outros conteúdos que publicamos em nosso site no Especial Deena Love.

Boa sorte, Pedro! Boa sorte, Denna Love!

Imagens:
Foto 1 - Jandir de Castro
Foto 2 - Eduardo Moraes


Por: Maurício Code

Maurício Code é designer gráfico, atuante no mercado desde 1995, DJ produtor, criador do selo Code Art Design (www.codeartdesign.com.br) e promoter de eventos na noite carioca através da pop4fun. Em seu curriculum destacam trabalhos para artistas nacionais e internacionais, remixes disponibilizados gratuitamente na internet além de trabalhos como visagista para cinema e televisão


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Doutor Neon: Hora do CHECK-UP. Saiba quais os exames urológicos que todo o homem gay deve fazer anualmente

Em Neon: terça-feira, 14 de outubro de 2014



Todo homem gay deve ter consciência que faz parte de um grupo de maior risco para adquirir doenças sexualmente transmissíveis. Não só pelo fato da maioria ter ou ter tido muitos parceiros, mas também pelo fato de que o sexo com penetração anal, envolve mais riscos. O sexo anal expõe o pênis a um ambiente extremamente contaminado, quando não se usa preservativo (a maioria dos casais numa relação estável acabam abandonando o uso do mesmo) e devido ao maior atrito, gera lesões na pele tanto do ânus como no pênis, que permitem a entrada de agentes contagiosos com mais facilidade.

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O homem gay se preocupa ainda mais com esse assunto, se comparado ao heterossexual. Acredito que isso se dê devido a um tipo de comportamento com maior exposição corporal, maior engajamento social, maior frequência na troca de parceiros e maior interesse pelo assunto.

Estando ou não num relacionamento estável, é importante que uma vez por ano o homem gay procure um urologista, com o objetivo de descartar possíveis doenças. A minha experiência é que muitos acreditam estar protegidos dentro de uma relação estável, mas tenho observado que há, na maioria das vezes, uma quebra dessa fidelidade e com isso, o relacionamento fica fragilizado.

Você sabia que receber sexo oral te expõe a doenças? E você normalmente não usa preservativo nesse contato, certo? Agora imagina você fazendo o sexo oral. E sem preservativo. Pois é, o sexo oral não é tão inofensivo assim. Tenho visto muitos casos de sífilis transmitidos pelo sexo oral desprotegido. E aí, estando ou não você num relacionamento estável, olha a confusão que isso pode causar, sem falar nas doenças que você(s) podem adquirir?

Então vamos lá: recomendo que anualmente, e sempre que você se expuser a uma situação de risco, como a citada sobre sexo oral sem preservativo com parceiro desconhecido, que realize exames de urina, de esperma (sim, ao introduzir o pênis no ânus sem proteção, você estará sujeito às infecções na próstata e na urina, causadas por bactérias do intestino. E também às infecções causadas por agentes infecciosos - bactérias, fungos, vírus - presentes na boca e na garganta do seu parceiro sexual) e exames de sorologia no sangue para HIV, Herpes, Clamídia, Sífilis e Hepatite.

E como homem, é bom depois dos 40 anos começar a realizar exames preventivos para o câncer na próstata. Aí, além do exame físico com toque retal, é necessário muitas vezes complementar a avaliação com exame de sangue para a dosagem do PSA e também, uma ultrassonografia por via abdominal para avaliar os rins, a bexiga e a próstata.

Espero que essa matéria sirva para orientar você, que está vindo até aqui atrás de informação. Divulgue-as, pois a minha experiência mostra que a maioria dos homens gays, desconhece-as.

Imagem: Web - Montagem exclusiva Em Neon

Por: Dr. Cid Zauli

Dr. Cid da Fonseca Zauli, nasceu em Niterói RJ), formado em Medicina pela Unversidade Federal Fluminense. Fez residência médica na especialidade de Urologia na cidade de São Paulo e especialização no Centro Médico Porte de Choisy, Paris- França. É especialista em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, faz parte das sociedades Americana e Européia de Urologia. Atua como urologista há 29 anos. Hoje mora em São Paulo/SP e é diretor da Cid Zauli Clínica Urológica Ltda (www.clinicacz.com). Atua nos hospitais Nove de Julho, Albert Einstein, Oswaldo Cruz e São Luiz. E esclarece dúvidas nos Blogs Uroblogay e Urologia Cid Zauli.

domingo, 12 de outubro de 2014

Choque Rosa: Quem defende as crianças LGBT?

Em Neon: domingo, 12 de outubro de 2014



Quem defende o menino que quer vestir rosa e comprar uma boneca? Quem defende a menina que brinca de lutinha? Quem defende o menino que, inadvertidamente, diz: “quero ter um namorado”? Quem defende o “viadinho”? Quem defende a “caminhoneira”? Quem defende o menino que prefere um vestido? Quem?

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A filósofa Beatriz Preciado publicou no jornal francês “Le Libération", em 2013, um texto que inspira este que agora escrevo, chamado "Qui défend l'enfante queer?". O ponto central do texto era propor-nos que, frente às defesas da “família” e da “proteção à criança", perguntássemos: Que família? Que criança? Penso, neste domingo, um Dia das Crianças pós-eleição, que tomemos esta questão como uma reflexão propositiva, afinal, assistimos nos debates eleitorais, no horário eleitoral gratuito, a repetição ad nauseam de “vamos proteger a família", "nosso dever é proteger nossas crianças". Entretanto,  que família? Que criança? O que está implícito nessa fala?

Evangélicos fundamentalistas, católicos, políticos conservadores de esquerda e direita, artistas de televisão, apresentadores de programas culinários, de programas policiais, jovens e professores na sala de aula, textos e postagens na internet, todos a dizer que querem defender “a criança", considerada, neste caso, como “ser abstrato", como uma totalidade monolítica, e, por isso mesmo, perversa. A criança e a família, defendidas por estes discursos totalizantes são, antes de tudo, ficções morais, dominadoras, normalizadoras e reprodutivas.

O ponto crítico deste discurso é a negação clara da família não-tradicional, sobretudo, a família homoafetiva, baseando-se na noção de família como seio da reprodução humana, produzem a negação das multiplicidades dos afetos, dos arranjos e do caráter, preponderantemente social da constituição das famílias e dos laços familiares e afetivos ao longo da história e das múltiplas culturas. A família, neste caso, serviria como fábrica heteronormativa. Como núcleo de reprodução, ensino, repressão, disciplinamento e ordenação para o mundo. A criança, defendida por estes discursos, é a criança que está dentro desta família.

Mas que criança é essa? Não sabemos. Eis o mais perverso do trato totalizante da “criança”: a negação da diversidade que está implícita em qualquer totalização e generalização discursiva.  A criança é, neste caso, convertida em massa passiva, em conjunto disforme a ser moldado para pertencer ao mundo, não da forma como gostaria, mas da maneira como o mundo está desenhado para recebê-la.

O direito a ter “uma mãe e um pai”, se converte, então, no direito a ter, reproduzido como obrigação, a heterossexualidade. A criança protegida por estes discursos é aquela que, não tendo voz, não tem vontade, não tem corpo, não tem preferências, é o vir-a-ser, se projeta para um futuro, regulado, biopoliticamente, por seus pais, por seus professores, por seus tios, por seus avós, pela televisão, pelos brinquedos que é obrigada a ter.

A filósofa Beatriz Preciado escreveu sobre as crianças Queer no jornal Le Libération
Preciado, em seu artigo diz: “Eles defendem o poder de educar os filhos dentro da norma sexual e de gênero, com princípios heterossexuais. Eles desfilam para conservar o direito de discriminar, castigar e corrigir qualquer forma de dissidência ou desvio, mas também para lembrar aos pais dos filhos não-heterossexuais que o seu dever é ter vergonha deles, rejeitá-los e corrigi-los. Nós defendemos o direito das crianças a não serem educadas exclusivamente como força de trabalho e de reprodução. Defendemos o direito das crianças e adolescentes a não serem considerados futuros produtores de esperma e futuros úteros. Defendemos o direito das crianças e dos adolescentes a serem subjetividades políticas que não se reduzem à identidade de gênero, sexo ou raça.” Preciado, com isso, afirma o caráter normativo da “criança” defendida pelos discursos conversadores e religiosos, faz pesar, sobre as costas das crianças “a continuidade da raça humana”, os prepara para o momento em que terão de reproduzir as mesmas noções e os mesmos conceitos.

Quando ouço discursos de “defender nossas crianças” e “a família brasileira”, composta, nestas falas, por um homem e uma mulher (sic), lembro-me da escola, num dia em que minha professora de matemática disse “Quando vocês tiverem filhos, vão precisar ensinar isso a eles” ( tratava-se de algo sobre dinheiro), e um dos meninos disse “ menos o Fernando”. Todos riram.

“Menos o Fernando” significou claramente o poder do constrangimento. “Meus trejeitos e minha voz indicavam “ele não pertence a esta norma”, indicava, “órgão excretor não reproduz”, “Deus fez Adão e Eva e não Adão e Ivo”, indicavam “Seja homem!”.

"Resta-nos ainda a pergunta: Quem defende a criança LGBT? A criança que está fora das normas? Será o um Deputado homofóbico , que sugere “uns bons tapas” para corrigir o desvio? " Será toda a indústria da culpabilização? A indústria da depressão infantil? Será o consumo heteronormativo? Os comerciais que indicam o que é ser homem e o que é ser mulher?

Quero frisar as noções de produção da culpa nas crianças LGBT, afinal, como não se sentir culpada, quando todos, a todo momento, dizem que seus desejos são inadequados? Que suas vozes são erradas? Que suas mãos não se movem da maneira certa? Como não sentir culpa?

Como não sentir culpa quando somos ridicularizados na escola, como não dizer a si mesmo “Como eu faço pra andar direito?”, ou “Eu não quero ter de engravidar uma mulher, minha avó vai ficar triste”, como não culpar a si mesmo quando olhar os muros repletos de beijos na saída da escola, e você, preocupado com as chacotas que poderão fazer se ousar declarar seu bestial desejo? Quem nos protege? Quem dá voz a estas crianças? Com que direito, presumem os pais, a sexualidade de seus filhos? Com que direito lhe presumem o gênero?

Este meu texto de dia das crianças é, antes de tudo, uma tentativa de dar voz a criança LGBT, lembrando da criança queer que eu fui. Lembrando da criança inadequada que eu fui. Quero dar voz a elas. E quero que olhem para as crianças e pensem apenas: são sujeitos de direitos, individualidades, vontades. Possuem todo um universo de corpo e desejo, não serão o reflexo de nossas vontades. São elas mesmas, livres, idiossincráticas, humanas e não bonecos a serem modelados. Elas não são um “vir-a-ser” elas já são.

Fotos: Reprodução e Imagens dos filmes Minha Vida em Cor de Rosa (Ma Vie en Rose) e Tomboy 

Por: Fernando Vieira

Fernando, tem 23 anos é gay cisgênero, ativista LGBT, professor de Língua Portuguesa, e atualmente dedica-se aos Estudos de Gênero da Teoria Queer. Tem influências de Deleuze e Foucaul, e lhe agrada Slavoj Zizek e Lacan. Busca simplificar o obscuro jargão pós-moderno, e deseja, com seus textos, propor reflexões que possam produzir caminhos.


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Mundo LGBT: Por que eles não chegaram lá? Confira os números de votos dos candidatos pró-LGBT nessa eleição

Em Neon: segunda-feira, 6 de outubro de 2014



Os rostos da imagem acima, muita gente já conhece. Eles eram candidatos nessa eleição. Mas não ganharam. E por que? Infelizmente algumas respostas possíveis para essa pergunta seja: falta de união ou falta de consciência, talvez o descrédito... Quem explicaria tal questão?

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A eleição desse último domingo (5) foi marcada pelo medo de ver no poder homofóbicos e candidatos que trazem em seus históricos, discursos de ódio e preconceito contra as minorias.

Apesar desse grande medo, infelizmente o resultado é de pouca consciência por parte dos eleitores LGBT, que não souberam usar a maior ferramenta que tinham nas mãos: O VOTO.

Queríamos que tal realidade não fosse possível, mas ela é essa e é aparente.

O resultado para a presidência já era previsto: Dilma Rousseff (PT) com 41,59% dos votos e Aécio Neves (PSDB) com 33,55%, são eles que disputarão o segundo turno. Marina Silva (PSB) ficou com 21,32% e Luciana Genro (PSOL), apesar da excelente campanha, teve apenas 1,55%.


Para um voto consciente foi lançada a campanha "Vote LGBT", para orientar os eleitores quais eram os candidatos que apoiavam a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuas, Travestis e Transexuais). Foi de imensa importância, mas teve pouco resultado, tendo em vista o baixo número de candidatos que estavam ao nosso lado e que não foram eleitos. E o que mais assusta é ver que candidatos que são contra os direitos LGBT, como Jair Bosonaro (PP-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP), foram eleitos, com votação expressiva, a deputado federal. Ou até mesmo o sr. Fidélix, que não foi eleito, mas teve impressionantes e assustadores 415 mil votos.

Então é o caso de se perguntar qual o motivo de tanto medo, se na hora “H” deixam de eleger quem poderia nos ajudar, votando em pessoas que não defendem nossos direitos. A pergunta que os LGBT conscientes fizeram hoje foi: Cadê os 3 milhões que estiveram na maior parada do mundo, a de São Paulo, e não elegeram pessoas competentes como Léo Áquilla, Cássio Rodrigo, Bill Santos, André Pomba, Emerson Marcelino ou até mesmo a própria Silvetty Montilla que sempre esteve à frente dessa mesma parada? O que será que está errado?

Em São Paulo dos deputados estaduais e federais que concorriam, apenas sete foram eleitos e poderão ser uma esperança a nosso favor.

No Rio de Janeiro, apesar de elegerem Jair Bossonaro e colocar Marcelo Crivella para o segundo turno, a comunidade será bravamente defendida por Jean Wyllys (PSOL), que foi reeleito com 144.770 votos e outros sete possíveis defensores da nossa comunidade.

Mas essa nossa “autoderrota” não aconteceu apenas no eixo Rio-SP, por todo o país, poucos dos nossos aliados foram eleitos.

Foram mais de 200 candidatos pró-LGBT listados pelo site Vote LGBT, desses somente 38 se elegeram.

Para nós do Em Neon, eles são sempre vencedores e gostaríamos de deixar claro a todos, que aqui eles sempre terão voz em defesa dessa comunidade tão carente de defensores.

Confira abaixo o vergonhoso número de votos dos candidatos pró-LGBT, levantados por Neto Lucon para o site A Capa, e pense: Até quando a máxima que diz “LGBT não vota em LGBT” vai ser real?


ACRE
Deputado Estadual
260º Germano Marino (PT) 167 votos
321º Daniel Lopes (PSB) 85 votos

ALAGOAS
Deputado Estadual 
64º Lú Araújo (PSTU): 2.015

AMAPÁ
Deputado Federal
41º Claudiane Araújo (PSTU): 1.814
79º Waldir (PSOL): 238

AMAZONAS
Deputado Estadual 
385º Sidney da Diversidade (PSB): 196

BAHIA
Deputado Estadual 
63º Fabíola Mansur (PSB): 22.317 - ELEITA
64º Bira Coroa (PT): 39.083
91º Jonathas Monteiro (PSOL): 23.291
96º Hilton Coelho (PSOL): 21.288
127º Aladilce Souza (Pc do B): 12.984

Deputado Federal
11º Valmir Assunção (PT): 123.284 - ELEITO
81º Gabriela Mota (PSTU): 7.263
100º Zilmar Alverita (PSOL): 4.781

CEARÁ
Deputado Estadual
18º Renato Roseno (PSOL): 59.887 - ELEITO
102º João Alfredo (PSOL): 10.136
192º Silvia Cavalleire (PC do B): 1.203
285º Thiago Costa (PV): 531
372º Jaci Marques ((PSOL): 267

Deputado Federal
9º Luizianne Lins (PT): 130. 717 - ELEITA
41º Acrísio Sena (PT): 15.676
54º Soraya Tupinamba (PSOL): 5.056
73º Cecília Feitoza (PSOL): 2.558
111º Erik Pinheiro (PSB): 891
142º Pâmela (PSTU): 428

DISTRITO FEDERAL
Deputado Estadual
35º Rejane Pitanga (PT): 10.593
59º Maninha (PSOL): 6.611
62º Fábio Felix (PSOL): 6.257
143º Raul Cardoso (PT): 2.361
155º João Francisco Maria: 2.100
245º Fabiana Ferreira (PT do B): 1.132
340º Fernando Alcântara (PC do B): 671
541º Solange Calmon (Pc do B): 310
571º Clarice Trevi (PSL): 283
575º Ruby da Saúde (PPL): 276
620º Karina Sena (PT): 241
687º Karine Ribeiro (PSOL): 186

Deputado Federal
3º Erika Kokay (PT): 92.558 - ELEITA
11º Eliana Pedrosa (PPS): 55.340
35º Mácia Teixeira (PSTU): 4.054
37º Raphael Sebba (PSB): 3.903
43º Rafa Madeira (PSOL): 3.266
78º Toncá Burity (PSOL): 921
79º Flavio Brebis (PSB): 912

ESPÍRITO SANTO
Deputado Estadual
38º Ana Rita
109º Erly Cipriano
167º Arthur Moreira

Deputado Federal 
14º Iriny (PT): 43.858
47º Mariana Gava

MARANHÃO
Deputado Estadual
179º Pamella Maranhão (PT): 974

Deputado Federal
149º Isac Ferreira (PSOL): 548

MATO GROSSO
Deputado Federal 
16º Jusci Ribeiro (PT): 18.960
50º Rarikan (PC do B): 1.555

MATO GROSSO DO SUL
Deputado Estadual 
176º Dandara Lima (PSTU): 465
194º Renata Rodrigues (PRP): 352

Deputado Federal 
66º Ederlon do PSTU: 1.083

GOIÁS 
Deputado Estadual 
18º Gustavo Sebba (PSDB): 33.760 - ELEITO
66º Dra. Cristina
192º Flavio Batista
303º Hellen Carvalho
220º Deborah Evellyn
247º Angelita Lima

Deputado Federal
23º Madureira
27º Olavo Noleto
28º Mauro Rubem
44º Pedro Guilherme

MINAS GERAIS
Deputado Estadual
24º Durval Ângelo (PT): 76.674 - ELEITO
66º Iran Barbosa (PMDB): 46.312 - ELEITO
120º Vanessa Portugal (PSTU): 26.221
186º Arnaldo Godoy (PT): 12.477
202º André Veloso (PSOL)
343º Ricardo Takayuki (PSOL)
360º Erica Coletti (PSOL)
426º Rana (PSOL)
640º Dak Dias (PV): 457

Deputado Federal
47º Jô Moraes (PC do B): 67.650 - ELEITA
67º Nilmario Miranda (PT)
154º Álvaro Lobo (PSOL): 4.489
225º Érico Colen (PSOL)
235º Sara Azevedo (PSOL): 1.959
286º Izabella Lourença (PSTU)
290º Mauro Fernandes (PDT): 1.206
356º Cida Vieira (Pc do B): 740

PARÁ
Deputado Estadual
132º Fernando Carneiro (PSOL): 5.897
453º Luana Mattos (PSB): 232
516º Elson Lourinho (PSB): 120

Deputado Federal 
26º Puty (PT): 57.105
53º Bruna Lohanne (SD): 8.441
54º Cleber Rabelo (PSTU): 7.718

PARAÍBA
Deputado Estadual 
14º Estela Bezerra (PSB): 34. 929 - ELEITA
74º Marlene Alves (PC do B): 5.665

Deputado Federal
22º Bira (PT): 12.258
25º Renan Palmeira (PSOL) 8.240

PERNAMBUCO
Deputado Estadual 
39º Tereza Leitão (PT): 38.470 - ELEITA
41º Edilson Silva (PSOL): 30.435 - ELEITO
54º Isaltino (PSB)
55º Laura Gomes (PSB):
68º Osmar Ricardo (PT)
82º Oscar Barreto (PT)
152º Pedro Josephi (PSOL)
164º Daniel ex-BBB (PSDB): 1.856

Deputado Federal
6º Daniel Coelho (PSDB): 138.825 - ELEITO
24º Luciana Santos (PC do B): 85.053 - ELEITA
26º Mozart Sales (PT)
30º Fernando Ferro (PT)
69º Raphaela Carvalho (PSTU)
93º Fabiana Honório (PSOL)


PARANÁ
Deputado Estadual
204º Toni Reis (PC do B): 3.671
238º Xênia Mello (PSOL): 2.399
259º Anaterra Viana (PT): 1.913
267º Leandro Dias (PSOL): 1.727
331º Mauri Gauer (PSOL): 879
439º Alex Julio Barbosa (PSOL)

Deputado Federal
46º Professora Marlei (PT): 29.855
65º Goura (PV): 13.265
91º Thiago Bagatin (PSOL): 5.366
146º Melissa Campus (PSOL): 1.438
156º Letícia Lanz (PSOL): 1.077
163º Vinicius Prado (PSOL): 946

PIAUÍ
Deputado Estadual
21º Fabio Novo (PT): 28.684 - ELEITO
28º Flora Izabel (PT): 23.733 - ELEITA
101º: Yara Ferry (PSTU): 1.026

Deputado Federal
3º Iracema Portella (PP): 121.121 - ELEITA
36º Jullyane Teixeira (PSTU): 1.129

RIO DE JANEIRO
Deputado Estadual
1º Marcelo Freixo (PSOL): 350.408 - ELEITO
36º Carlos Minc (PT): 39.865 - ELEITO
45º Comte Bittencourt (PPS): 36.155 - ELEITO
67º Flavio Serafini (PSOL): 16.117 - ELEITO
68º Eliomar Coelho (PSOL): 14.144 - ELEITO
80º Gilberto Palmares (PT): 29.657
170º Renatinho (PSOL): 8.551
304º Ivone Pita (PSOL): 3.045
586º Bruno Mattos (PSOL): 849
846º Gloria Christino (PC do B): 455
1068º Fernando Coelho (PSOL): 298
1386º Marco Paes (PSOL): 123
1495º Renata Tenório (PSB): 71

Deputado Federal
4º Chico Alencar (PSOL): 195.964 - ELEITO
7º Jean Wyllys (PSOL): 144.770 - ELEITO
21º Jandira Feghali (PC do B): 68.531 - ELEITA
49º Wadih Damous (PT): 37.814
61º Renato Cinco (PSOL): 27.965
71º Paulo Eduardo Gomes (PSOL): 23.410
140º Cyro Garcia (PSTU): 8.737

RIO GRANDE DO NORTE
Deputado Estadual
11º Mineiro (PT): 42.088 - ELEITO
78º Sargenta Regina (PDT): 1.200
138º Tássia (PSOL): 344
200º Day Nascimento (PT): 55

Deputado Federal
14º Hugo Manso (PT): 25.767
17º Eraldo (PT): 17.450

RIO GRANDE DO SUL
Deputado Estadual
1º Manuela D Avilla (PC do B): 222.436 - ELEITA
31º Stela (PT): 41.719 - ELEITA
42º Pedro Ruas (PSOL): 36.230 - ELEITO
78º Jurandir Silva (PSOL): 24.358
85º Fernanda Malchionna (PSOL): 23.310
108º Ana Afonso (PT): 16.686
191º Tâmara (PT): 7.057
219º Vera Guasso (PSTU): 5.589
377º Clarissa Sommer Alves (PSOL): 1.026
431º Luisa Stern (PT): 631

Deputado Federal
11º Maria do Rosário (PT): 127.919 - ELEITA
49º André Machado (PC do B): 29.237
75º Matheus Gomes (PSTU): 11.096
91º Everlei (PSB): 6.400
93º Lucas Maróstica (PSOL): 5.806
121º Tiago Tessari (PTB): 2.551
150º Paula Alves (PSOL):  1.564

RONDÔNIA
Deputado Federal
14º Fátima Cleide (PT): 17.889

RORAIMA
Deputado Estadual
56º Robert Dagon (PSOL): 1.462

SANTA CATARINA
Deputado Estadual
68º Elson (PSOL): 16.204
87º Círio Vandressen (PT): 9.825
125º Leonel Camasão (PSOL): 5.807
129º Gelson Albuquerque (PSB): 5.272
156º Professor Matheus (PC do B): 2.611
178º Geórgia (PSOL): 1.649

Deputado Federal
18º Angela (PC do B): 87.954
38º Gregolin (PT): 12.336
55º Gabriela Santetti (PSTU): 3.908
106º Lari (PSOL): 401

SÃO PAULO
Deputado Estadual
12º Carlos Gianazzi (PSOL): 164.929 - ELEITO
73º Leci Brandão (PC do B): 71.136 - ELEITA
103º Daniel Annenberg (PSDB): 53.017
133º Iara Bernardi (PT): 36.729
134º Renato Simões (PT): 36.371
201º Todd Tomorrow (PSOL): 19.313
230º Paulo Bufalo (PSOL): 15.583
244º Silvetty Montilla (PV): 13.843
352º Isa Penna (PSOL): 6.915
399º Luis Velani (PV): 5.235
409º Vanessa Gravino (PSOL): 5.009
512º Daniel Lima (PSOL): 3. 161
528º Ulisses Pinheiro (PSOL): 2.272
558º Cássio Rodrigo (PSDB): 2.599
602º Arielli (PSTU): 2.226
623º Bel Sá (PT): 2.071
631º Raquel Guzzo (PSOL): 2.044
684º Carla Ziper (PDT): 1.722
704º Monique Top (PSOL): 1.569
751º Vanderlei Fernandes (PSB): 1.384
960º Maúde Salazar (PTB): 828
1132º Professor Alexandre de Almeida (PTB): 560
1143º Charles da Diversidade (PSOL): 544
1220º Laura Leal (PSTU): 462
1359º Emerson Marcelino (PTB): 340
1370º Thiago Clemente do Amaral (PSTU): 331

Deputado Federal
17º Luiza Erundina (PSB): 177.279 - ELEITA
21º Ivan Valente (PSOL): 168.928 - ELEITO
40º Floriano Pesaro (PSDB): 113.949 – ELEITO
45º Paulo Teixeira (PT): 111.301- ELEITO
54º Orlando Silva (PC do B): 90.641- ELEITO
80º Janete Pietá (PT): 77.595
83º Newton Lima (PT): 74.598
97º Adriano Diogo (PT): 54.904
139º Léo Áquilla (PSL): 29.695
140º Soninha Francine (PPS): 29.289
155º Toninho Ferreira (PSTU): 22.854
209º Douglas Belchior (PSOL): 11.710
247º Arlei Medeiros (PSOL): 8.612
255º Thiago Aguiar (PSOL): 7.841
271º André Pomba (PV): 6.574
273º Ricardo Alvares (PSOL): 6.560
285º Maurício Moraes (PT): 5.995
289º Solange Celere (PT): 5.718
334º Bill Santos (PSOL): 4.232
367º Caio Dezorzi (PT): 3.281
468º Dante Peixoto (PSOL): 2.086
498º Lenina (PV): 1.849
652º Marli Ogunlade (PPL): 973
684º Cecília Bezerra (PHS): 870
704º Marcia Lima (PSB): 790
806º Maria Fuentes (PTB): 589
836º Pericles Formigoni (PTB): 541

SERGIPE
Deputado Estadual
57º Babi (PSOL): 1.362

Deputado Federal
7º João Daniel (PT): 52.959 - ELEITO
11º Iran Barbosa (PT): 36.966

TOCANTINS
Deputado Estadual
155º Oebem Barbosa (PSOL): 77

Deputado Federal
25º Lucia Viana (PSOL): 615

Dados numéricos levantados por Neto Lucon para A Capa
Imagem: Reprodução


Por: Eduardo Moraes

Eduardo Moraes é jornalista formado pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) além de fotógrafo há 15 anos. Em seu curriculum estão o Jornal e Site Abalo, a Exposição O "T" da Questão e o Livro Avesso - Meu Lado Certo. Atualmente é editor-chefe do site www.EmNeon.com.br
 
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