Há dezesseis anos atrás, de forma humilde, cheguei à edição de uma extinta revista e me ofereci para trabalhar como fotógrafo e colunista. Fui recebido com atenção e tive a minha oportunidade de trabalhar no veículo. Lá conheci um rapaz, tímido a princípio e que aos poucos foi se abrindo, desabrochando e essa rosa a mim apresentada, conquistou minha alma e meu coração. Sempre ouvi dizer que amigo é o irmão que a gente escolhe, e ali eu escolhia um irmão, que quero ter a meu lado para a vida inteira.
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Seu nome nada brasileiro, Albert Roggenbuck, vinha de linhagem alemã, herança do pai, que faleceu logo quando ele era criança. Criado por sua heroína, a super mãe Ceição (para os íntimos), ele viveu até sua juventude em São Francisco, cidade mineira, até ir se aventurar em terras paulistanas e ganhar a vida. Fez faculdade, trabalhou em banco e de repente lá estávamos nós, conhecendo um pouco um do outro sorrateiramente.
Fiquei sabendo que Albert criara uma personagem chamada Dindry Buck e que fazia pequenos shows para amigos e/ou lugares. Que prazer enorme tive em ver sua personagem ganhar asas e alçar voos cada vez mais distantes.
Em toda a minha carreira como fotógrafo, algo que sempre percebi, é que existem poucos ensaios com as Drag Queens mostradas em detalhes. Expor as imperfeições de pele e detalhes escarrados da maquiagem, não é exatamente o forte de uma Drag Queen, já que estas incríveis profissionais vivem da imagem, que deve ser sempre impecável e mágica, quase como um ser divino.
E eis que em outubro deste ano (2014) tive o privilégio de realizarmos um novo ensaio no qual Dindry se dispôs a encarar minha lente da forma mais nua e crua que eu desejava: eu queria fotos mais intimistas, mostrando detalhes, poros, pele, olhos, closes, de uma forma diferenciada da qual ela já havia se exposto.
Então, sem a exigência de estúdios com camarins luxuosos ou estrelismos, Dindry me recebeu em seu lar, e ali mesmo, na sala de sua casa, permitiu-se fotografar como sempre sonhei.
O resultado surpreendeu a mim e a Maurício Code, que finalizou e colorizou as fotos. Um trabalho feito com carinho, amor e dedicação. Um presente de irmão para irmão.
Com meu coração transbordante de alegria e orgulho, apresento a você leitor, meu ensaio com Dindry Buck chamado "Efeito Borboleta", confira algumas fotos abaixo:
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Por: Eduardo Moraes
Eduardo Moraes é jornalista formado pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) além de fotógrafo há 15 anos. Em seu curriculum estão o Jornal e Site Abalo, a Exposição O "T" da Questão e o Livro Avesso - Meu Lado Certo. Atualmente é editor-chefe do site www.EmNeon.com.br