O movimento crossdressing vem atraindo cada vez mais adeptos, porém reconheço que não é nada fácil conviver com este segredo.
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Eu sou conhecida pelo público crossdressing de Portugal e Brasil, mas dentro de minha própria residência, ninguém, nem nos sonhos mais distantes, desconfia que me monto, dando vida a um personagem do gênero feminino.
Para um CD heterossexual é bem mais complicado. Alguns conseguem a aprovação e entendimento de suas esposas, mas para a maioria é bem mais complexo...
Homossexual é sentir atração por pessoas do mesmo sexo, não tem nada haver com o fato de gostar de vestir-se com roupas do sexo oposto, quero que isto fique bem claro.
Muitos homens heterossexuais, no carnaval, aproveitam o clima do pode tudo e colocam para fora esta vontade de experimentar a vestimenta do sexo feminino e se divertem. Não é por este motivo que deixam de ser heterossexuais.
Roupas que antes era de um sexo hoje é para o outro e algumas vestimentas passaram a ser utilizadas para ambos os sexos.
A meia-calça era utilizada há 2.200 anos na Mesopotâmia por soldados, pois além de proteger contra o frio facilitava a montaria. No século XIV era traje comum de homens da nobreza, pois além de acharem uma peça de roupa bastante sedutora, pela forma como aderia ao corpo, valorizava-o ainda mais. A meia-calça tornou-se um acessório feminino apenas em 1780.
O salto alto era utilizado na França nos séculos XVII e XVII como forma de status, tanto por homens, quanto por mulheres e o rei Luís XV também utiliza para ficar mais alto, pois media apenas 1.60 de altura e queria parecer mais alto, daí o nome do salto Luís XV.
A calça, por exemplo, também era uma peça do vestuário exclusivamente masculino que com o tempo passou a ser utilizado também por mulheres.
Portanto uma peça de roupa não define a orientação sexual de ninguém.
Por este motivo os crossdressers heterossexuais devem ser entendidos e respeitados, é um hobbie, um estilo de vida, uma satisfação pessoal e algo prazeroso. Alguns dizem que também é uma forma de homenagem ao sexo feminino.
O mundo crossdressing é realmente um mundo mágico e vem sendo revelado com muito prazer e dedicação aqui Em Neon.
Imagens: Reprodução
Por: Bruninha Loira Sapeka
Bruninha Loira Sapeka é uma crossdresser, militante da causa, blogueira, escritora, autora do livro “Segredos de uma Crossdresser Cdzinha”, viaja o Brasil prestando assessoria à crossdressers iniciantes em encontros, palestras e eventos que envolvam esta mais recente faceta do mundo LGBT. Seu blog é: www.bruninhaloirasapeka.blogspot.com