Léo Áquilla brilhou como uma das peoas do reality "A Fazenda" exibido pela Rede Record em 2012 |
Confira aqui a parte II da entrevista exclusiva que o jornalista Em Neon, Eduardo Moraes, realizou com Léo Áquilla.
Léo Áquilla e a televisão:
Em Neon: A TV te catapultou para uma fama ainda maior, pois na noite LGBT você já era considerada diva. Qual o valor desses dois meios de promoção e divulgação de sua carreira?
Léo Áquilla: Até agora a fama da TV não me acrescentou muita coisa não. Continuei a vida toda fazendo os mesmos shows, nos mesmos lugares, com a mesma quantidade de público. Essa fama toda foi meio ilusão, pois pouca coisa mudou. A diferença é que agora não tenho mais como passar despercebida nos lugares e faço fotos o dia todo (risos) - de graça. Até coisas simples como ir ao cinema às vezes vira um transtorno. Mas eu gosto desse assédio, apesar de cansativo.
EN: Como foi trabalhar com Monique Evans, ainda são amigas?
LA: A Monique me deu as maiores chances que já tive, por isso serei sempre grata a ela. Eu a amo com respeito e gratidão. Infelizmente não nos falamos porque ela é muito difícil de lidar. Quando acabou o “Noite Afora” ela parou de falar comigo porque fui trabalhar no Super Pop e ela não se dava com a Luciana Gimenez. Até hoje não me perdoou por isso.
EN: E com Olga Bongiovanni?
LA: A Olga é uma fofa, sempre me respeitou. Adorava minha participação no programa, quando me dispensaram ela fez cara de planta (risos), mas ok. É a vida.
EN: Como foi trabalhar na transmissão, ao vivo, do Gala Gay?
LA: Foi uma conquista. Antigamente, quando ainda era só uma "bichinha", eu ia para o Rio só pra ficar na porta do Scala, pra tentar aparecer. Era uma humilhação só. Lá eu dizia "Ainda vou ser rainha nesse lugar" - Virei a apresentadora que transmitiu o gala Gay por oito anos. Orgulho me define, sem ser arrogante, claro!
EN: A briga entre você e os integrantes do Pânico da TV! Foi armação ou séria?
LA: Foi séria, tanto é que não falo com o Pânico até hoje. Construir sua audiência usando as pessoas como escada é muito cruel.
EN: O que “A Fazenda” mudou em sua vida? Você achou que poderia ganhar os dois milhões?
LA: Sempre achei que perderia, por isso nunca me animei com esse prêmio. Eu queria outras coisas, como mais fama, os prêmios e ganhei vários, inclusive um carro.
EN: Você conseguiu fazer amigos lá dentro?
LA: A Roberta Portela e o Rodrigo Capella são meus únicos amigos de verdade no mundo da fama, e ambos estavam na fazenda comigo. Eu os conheci lá.
EN: Saiu satisfeita?
LA: Como a minha história ainda não acabou, não sei o propósito de Deus em ter permitido minha entrada no reality.
EN: Dentro do reality você falou que não se importava em ser chamada no masculino ou feminino, isso deu o que falar entre o movimento trans. O que você tem a falar sobre essa polêmica sobre ser tratada como “o” ou “a” Léo?
LA: Eu realmente não me importava. Só fui sincera na época. Um pouco egoísta porque pensei só em mim. Só ao sair de lá me deparei com uma realidade que eu nunca tinha parado pra pensar: "A realidade trans", daí mudei o discurso e, pela causa, exijo atualmente que me tratem como "Ela".
EN: Em uma reportagem de Fabíola Reipert ela disse: “Léo Áquilla ‘causou’ no Balanço Geral. Alegando ser uma jornalista formada (???) e ter medo de altura, a ex-peoa se recusou a brincar em uma montanha-russa." O que você tem a dizer sobre essas três interrogações no texto da Fabíola?
LA: Ela duvidou que tenho formação na área (risos), só rindo. Mandei meu diploma pra ela ver. Não há motivos para duvidar de mim.
EN: O que você acha da TV sensacionalista e da imprensa marrom?
LA: Detestável. Adoraria que nossa realidade fosse outra e infelIzmente para se manter nela, ou você joga igual ou está fora. Já perdi algumas oportunidades na TV por me recusar a tirar sarro ou zombar da dor de alguém. Tô fora.
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A última participação de Léo Áquilla na TV foi no programa Legendários (28/06/14) exibido pela Rede Record. Na ocasião, Léo aproveitou a oportunidade para lançar o viedoclipe de "Belíssima", seu mais recente sucesso musical.
Confira o vídeo:
Fotos: R7
Por: Eduardo Moraes
Eduardo Moraes é jornalista formado pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) além de fotógrafo há 15 anos. Em seu curriculum estão o Jornal e Site Abalo, a Exposição O "T" da Questão e o Livro Avesso - Meu Lado Certo. Atualmente é editor-chefe do site www.EmNeon.com.br