Ricardo Leitte e Edith: sua gata "cão de guarda" |
"Pet Em Neon" é nossa nova coluna que convida pessoas para falarem sobre seus animaizinhos de estimação. Nosso primeiro convidado é o dramaturgo e diretor de teatro Ricardo Leitte, que é um apaixonado por gatos. Ricardo nos apresenta seus bichanos contando como cada um deles entrou em sua vida. Confira abaixo:
Tudo começou com CARRIE, uma siamesa excêntrica e muuuuito mal humorada. Ela veio ainda bebê, dentro do ônibus. Eu, um garoto de 18 anos, vindo morar e tentar a vida de ator em São Paulo trazendo um bichinho fofo, de menos de três meses, numa caixinha de “All Star”.
Daí vieram vários... O carinho e dedicação por gatos existem e são fortes, depois que você é adotado por um.
Passaram por minha vida, dos 18 aos atuais 45: ÍGOR, o gatinho preto mais atentado do mundo, CIDINHA E MARINARA, viveram comigo na zona norte, mais vira latas impossível, SMURF, o gato azul que casou com CARRIE, já velhota e deu origem a FELÍCIA que saiu azul como o pai. Chegou então VANDINHA, uma doçurinha branca como neve, que foi prontamente adotada por CARRIE e mesmo sem ser legítima filha da siamesa adquiriu suas manias e seu terrível mal humor. Então ganhei de presente SAMANTHA, a primeira persa legítima, com suas perninhas curtas como mentira e seu focinho achatadinho.
Vandinha há mais de vinte anos com Ricardo |
Aí a vida me fez abrir um bar, obviamente nome melhor não poderia existir: O GATO. Tornou-se pública, então, essa paixão pelos felinos.
Então entre casamentos e amizades eternas, surgiram: FRODO e GRANGER, que achamos que eram fêmeas e demos os nomes de HERNIONE e TÁBATA, muito transex não acha?
Frodo confundido, primeiramente, com fêmea |
Achamos que precisamos de um gato de guarda para o bar e adotamos MURILINHO, um mestiço de siamês que não tinha a menor classe. Ele quebrou duas patas, destruiu 15 almofadas e queria fazer parte da balada fugindo do escritório e dando as caras aos olhares dos clientes que gemiam sempre: OWNNNNN, e ele fazia a “Kátia” e saia rebolando. Criou tanto amor por uma funcionária, que foi impossível não doá-lo a ela quando foi trabalhar em outro lugar. Assim, adotamos EDITH, temperamental como todo gato, mas extremamente fiel, realmente como um cão de guarda.
Felícia: A gata azul filha do Smurf e Carrie |
Mas a minha história de vida ficou bagunçada. Morava num apartamento bem grande com sete bichanos, mas precisei mudar para um menor, onde já existia um. Acabei deixando com a pessoa com quem eu morava (que nunca foi fiel aos humanos, mas com certeza seria fiel aos gatos) três deles e levei quatro comigo.
Veio um problema: Cinco gatos seriam muitos para o apartamento, então deixei SAMANTHA e seu recém netinho JASON sob os cuidados de um grande amigo, e levei a perigosa Vandinha e a velhinha e azul FELÍCIA.
Tô de olho em você: Samantha (na caixa) e Granger (ao fundo) |
FELÍCIA morreu, FRODO morreu e SAMANTHA voltou. Meses depois JASON também voltou. Mudei para um apartamento grande novamente e agora estou com três: VANDINHA, a branquinha que já tem quase 20 anos e continua com a mania (bem politicamente incorreta) de beber água corrente em qualquer pia, sobe, mia e só para quando a torneira é aberta. SAMANTHA, que corre pela casa como se ainda fosse um filhote, apesar de seus 13 anos e o pimpolho JASON, persa branco e creme, “falante”, adorável, que dorme no bidê desativado.
Jason: Após sua volta só mimos do papai |
Acho que minha vida sem esse monte de pelos, esses cios barulhentos, essas manias estranhas, esses olhares que brilham no escuro, esses ronronares relaxantes, esses arranhões, mordidas e lambidas ásperas não teria tido a menor graça.
Sim, AMO GATOS, e como todo “gateiro” sabe: ELES ME DEIXAM AMÁ-LOS.
Por: Ricardo Leitte - Exclusivo para a Redação Em Neon
Fotos: Arquivo pessoal